Sociedade | 30-10-2023 15:00

Obras de requalificação das piscinas da Chamusca vão durar seis anos

Obras de requalificação das piscinas da Chamusca vão durar seis anos
Executivo liderado pelo socialista Paulo Queimado vai demorar seis anos a concluir obras de requalificação das piscinas da Chamusca

Se os prazos dos trabalhos não voltarem a derrapar, as obras de requalificação das Piscinas Municipais da Chamusca devem estar prontas em 2025, ou seja, seis anos depois do complexo ter encerrado ao público. Autarcas têm criticado desenrolar do processo e dizem que é um dos piores exemplos da gestão autárquica de Paulo Queimado.

Depois de vários meses paradas à espera de um visto de Tribunal de Contas, segundo afirmou o presidente da câmara em várias reuniões de executivo, as obras de requalificação do Complexo das Piscinas Municipais da Chamusca voltaram a arrancar. A informação foi partilhada por Paulo Queimado (PS), na última sessão camarária, ao mesmo tempo que deu a conhecer aos vereadores da oposição que os trabalhos da próxima fase vão ter um prazo de execução de 400 dias (aproximadamente um ano e um mês) ficando por explicar se a empreitada irá ter mais alguma fase. A confirmar-se o cumprimento dos prazos, o espaço vai estar encerrado ao público pelo menos durante seis anos uma vez que o complexo encerrou em Setembro de 2019.
As críticas à demora da conclusão desta empreitada têm gerado debate nas reuniões de Câmara e de Assembleia Municipal da Chamusca com os autarcas a afirmarem, por várias vezes, que é um dos piores exemplos da gestão autárquica da maioria socialista desde que assumiu os destinos do município, em 2013. Tiago Prestes (PSD/CDS), vereador no executivo, lamentou, em algumas sessões camarárias, o modo como os socialistas têm conduzido o processo. “Infelizmente a maioria das obras que este município se propõe realizar demoraram a arrancar e a acabar. Qualquer imprevisto não pode servir de desculpa e as responsabilidades devem ser atribuídas”, afirmou na altura, em declarações a O MIRANTE. Para o autarca é “inconcebível” que um concelho que já devia ter uma praia fluvial, em vez de uma zona ribeirinha abandonada, esteja há vários anos para arranjar uma infraestrutura essencial para as famílias. “Este tipo de gestão isola-nos ainda mais dos outros concelhos da região”, sublinhou. Também do lado do poder há muitas críticas. Um elemento do aparelho partidário do Partido Socialista, que pediu anonimato para não sofrer represálias dos dirigentes da concelhia, referiu em conversa com o jornal, em 2022, que “o que se passa com as Piscinas da Chamusca devia envergonhar quem faz a gestão da autarquia. Há falta de preocupação com o bem-estar da população”, sublinhou.
Também Rui Martinho, presidente da União de Freguesias da Chamusca e Pinheiro Grande, tem mostrado indignação por a população estar privada de um espaço público há vários anos. Recorde-se que, nos últimos dois anos, dezenas de crianças inscritas no campo de férias da união de freguesias têm frequentado outros espaços, nomeadamente no concelho da Golegã, situação que implica muitos custos. “Era impensável as crianças não terem actividades aquáticas durante as férias, ainda por cima com o calor intenso que se tem feito sentir. É uma despesa que não pesa na nossa consciência, embora pese muito no nosso orçamento”, sublinhou na altura Rui Martinho.
Os custos da empreitada têm vindo a alterar-se constantemente devido ao aumento do preço dos materiais de construção. A primeira fase do projecto iria custar cerca de 350 mil euros, aumentou para mais de meio milhão em 2020 e mais tarde o executivo aprovou a atribuição de mais 127 mil euros para a conclusão dos trabalhos. A segunda fase foi adjudicada com um preço base superior a dois milhões de euros. Somando os valores das duas fases, o município irá gastar cerca de três milhões de euros na requalificação do complexo. Parte da verba gasta vai ser financiada.

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