Cidadãos temem pelo futuro de azinheiras emblemáticas em Outeiro de Alfazema
Em carta dirigida ao presidente da Câmara de Santarém, um grupo de pessoas pede a classificação como árvores de interesse concelhio das azinheiras localizadas junto à EN362, entre Santarém e Tremês, para evitar o seu eventual abate.
Um grupo de cidadãos residentes no concelho de Santarém e utilizadores da Estrada Nacional 362 escreveu ao presidente da Câmara de Santarém para que aja no sentido de se proceder à classificação, como árvores de interesse concelhio, das azinheiras existentes em Outeiro de Alfazema, no troço da EN362 que liga Santarém a Tremês e Alcanede.
Os signatários alegam que a classificação “reveste-se de maior urgência, atendendo a que este património poderá estar em risco de destruição, à imagem do que tem acontecido noutras estradas da região, onde a Infraestruturas de Portugal tem procedido ao abate indiscriminado de árvores”. As árvores azinheiras estão marcadas com tinta no tronco, o que pode indiciar intenção de abate.
Os cidadãos referem que as árvores não colocam em causa a segurança rodoviária e que estão em bom estado sanitário. Sublinham o valor paisagístico, cultural e ecológico dos exemplares, “pela raridade, pelo seu grande porte, idade e beleza”, e consideram que “a eventual pretensão de abater estas árvores, a existir, seria totalmente injustificada, quer ao nível da segurança rodoviária, quer da segurança contra incêndios, e, a concretizar-se, representaria um grave crime contra o património que o tempo nos legou”.
Os primeiros subscritores da carta, datada de 15 de Outubro, são: Adelino Madeira, António Rosa, Ana Braga, Dulce Barreto, Elizabete Nunes, George Stilwell, João Arrais, José Ferreira, Luís Ferreira, Manuel Louro, Maria Eugénio, Rita Carvalho, Sérgio Dias, Silvério Marques e Virgílio Pestana.
Município pede esclarecimentos sobre a situação
Contactada por O MIRANTE, a Câmara de Santarém confirma ter recebido mais do que uma exposição sobre a existência de árvores junto à Estrada Nacional 362, que aparentemente estarão marcadas para efeitos de corte. “Tendo em consideração que as mesmas estão inseridas na jurisdição da Infraestruturas de Portugal IP, e considerando que só poderão ser abatidas com a devida autorização do Instituto de Conservação da Natureza e Florestas IP, a Câmara de Santarém deu conhecimento das exposições às respectivas entidades competentes solicitando informações e esclarecimentos sobre a situação”, informa o município.
A autarquia acrescenta que está em fase de tramitação o futuro Regulamento Municipal de Gestão de Arvoredo em meio urbano, que, após ser aprovado, será aplicável ao arvoredo urbano integrante do domínio público municipal e do domínio privado do município, onde estará previsto o regime próprio de classificação de arvoredo de interesse municipal sendo proibidas quaisquer intervenções que possam destruir ou danificar o arvoredo classificado.