Quatro décadas de cultura, ciência e tecnologia no Politécnico de Tomar
Jornadas científicas contaram com a apresentação de diversos projectos dos Centros de Investigação do Instituto Politécnico de Tomar relacionados com a ciência, cultura, tecnologia e sustentabilidade.
O papel crucial da cultura, ciência e tecnologia foi o mote para a realização das Jornadas Científicas do Instituto Politécnico de Tomar (IPT), realizadas a 19 de Outubro. Com o tema “40 anos de Cultura, Ciência e Tecnologia para a Sociedade”, o programa incluiu a apresentação de vários projectos representados pelos Centros de Investigação do IPT. A iniciativa pretendeu fomentar a adopção de princípios de ciência aberta entre professores, investigadores, estudantes e o público, assim como aproveitar a oportunidade para dar a conhecer o trabalho no domínio da investigação, inovação e desenvolvimento no IPT. João Coroado, presidente da instituição, destacou a importância de consolidar conhecimentos para aumentar a rede de colaborações e dar a conhecer os projectos.
Os primeiros projectos apresentados foram do Centro de Geociências. Começando pelo “First-Art”, apresentado por Sara Garcês, o projecto consiste na conservação, documentação e gestão das primeiras manifestações de arte rupestre nas grutas do Escoural, em Portugal, e Maltravieso, em Espanha. São as únicas grutas com arte rupestre paleolítica do Sudoeste Peninsular e têm uma história de investigação e descoberta semelhante.
Seguiu-se o projecto “HIGHLANDS:3, Collective Approach of Research and Innovation for Sustainable Development in Highlands”, explicado por Luís Santos, que tem como objectivo contribuir para o desenvolvimento sustentável em áreas de montanha. O projecto envolve a análise e identificação de iniciativas de desenvolvimento sustentável nessas áreas através de um conjunto de entrevistas de acordo com um guião predefinido e estabelecido por todos os parceiros. Nos próximos dois anos vão proceder à segunda fase, a fase de implementação, onde grupos de consultores vão a países em desenvolvimento tentar implementar algumas das iniciativas ou ajudar stakeholders a implementá-las.
O professor Luiz Oosterbeek apresentou o projecto Apheleia – Gestão Cultural Integrada do Território, um programa de investigação presente em todos os continentes que partiu da questão “e se estivermos enganados no diagnóstico?”. O projecto está relacionado com o contributo da humanidade para a gestão territorial e a sustentabilidade local e global. Luiz Oosterbeek afirma que a sociedade está a caminho do fracasso do desenvolvimento sustentável por não considerarem a diversidade cultural. A rede Apheleia contribuiu para a criação do novo programa da UNESCO – BRIDGES.
O projecto TURARQ (Turismo, Arqueologia e Paisagem do Médio Tejo), apresentado por Hugo Gomes, teve como ponto de partida compreender e valorizar o património arqueológico, que representa quase 90% dos recursos patrimoniais do Médio Tejo. Para o desenvolvimento do trabalho seleccionaram cinco municípios (Mação, Tomar, Ourém, Constância e Vila Nova da Barquinha). Silvério Figueiredo apresentou “As investigações científicas em paleontologia do IPT: resultados e posterior valorização do património paleontológico português”, que têm como objectivo a exploração paleontológica e identificação de fósseis e pegadas de animais. O Projecto de Valorização e Investigação Arqueológica na Região Centro (PIA) foi também apresentado nas jornadas científicas por Alexandra Figueiredo. Iniciado há cerca de três meses tem como objectivo o estudo arqueológico pré e proto-história com prospecções e escavações em alguns locais, criação de estratégias e planos expositivos junto da comunidade através da museologia de proximidade e promover a educação patrimonial.
Ao longo do dia foram apresentados mais projectos do Centro de Tecnologia, Restauro e Valorização das Artes (TECH&ART) e do Centro de Investigação em Cidades Inteligentes (Ci2).