Presidente de Vila Franca de Xira prefere enterramento da ferrovia como solução para quadruplicação de linhas
Utentes dizem ter visto com agrado a posição pública tomada na última semana pelo presidente do município de Vila Franca de Xira. E esperam que Fernando Paulo Ferreira venha a juntar-se aos protestos contra o actual projecto proposto pela Infraestruturas de Portugal para quadruplicação de linhas em Alhandra e VFX.
A quadruplicação da Linha do Norte é uma necessidade nacional mas a ter de atravessar o concelho de Vila Franca de Xira então a melhor solução é o seu enterramento e passagem em túnel, defendeu na última semana o presidente do município, Fernando Paulo Ferreira. O autarca quebrou o silêncio sobre a sua posição face ao projecto apresentado pela Infraestruturas de Portugal (IP), já que até aqui tem estado a adiar tomar uma posição pública até uma reunião extraordinária de câmara que ainda vai ser agendada especificamente para debater o assunto.
À margem de uma conferência realizada na Covilhã dedicada aos “Desafios da mobilidade nos territórios de baixa densidade”, promovida pela Autoridade da Mobilidade e Transportes, o autarca foi ambivalente: admitiu que o alargamento da linha é uma necessidade nacional que tem de avançar e disse preferir o enterramento; mas ressalvou que podem existir entraves de ordem técnica devido à proximidade com o rio Tejo. “Nós temos uma clara preferência pelo enterramento da linha que pode não ser possível tendo em conta que está mesmo em cima do rio Tejo, mas a quadruplicação de linhas é mesmo necessária”, afirmou, acrescentando que a IP ainda está a aprofundar alguns estudos sobre a solução final a implementar em VFX.
Contactado por O MIRANTE, André Arrojado, porta-voz do movimento de utentes que agrega vários movimentos cívicos e de cidadãos do concelho, incluindo três dezenas de tertúlias de VFX e o movimento cívico Ciradania, diz ver com agrado as declarações de Fernando Paulo Ferreira. “Significam que ele está disposto a lutar ao lado da população de VFX e Alhandra por alternativas ao actual projecto. Apesar de até agora estar mais ou menos conivente com o seu silêncio, estas declarações são um avanço. Se ele acha que o enterramento seria a melhor solução, deixamos-lhe este desafio para que se junte a este movimento”, defende.
Os utentes continuam a dizer não estarem contra a quadruplicação mas sim com a forma como ela está a ser perspectivada para o concelho e defendem a solução de construção de um canal autónomo que não destrua o centro histórico das duas localidades. “Cá estaremos para lutar juntos e forçar o Governo para que abra espaço para uma outra solução. A quadruplicação só é um problema pela maneira como está a ser planeada”, nota André Arrojado.
Além disso, considera, a construção de alternativas deve envolver as duas freguesias num plano urbanístico amplo para aproveitar todas as potencialidades que o projecto também pode trazer. “Apelamos para que o presidente da câmara se junte a nós. Temos tido forças políticas envolvidas activamente e é salutar que mais uma se junte a nós”, desafia.
Continua luta pelo metro
O município de Vila Franca de Xira continua a defender a extensão da linha violeta do Metropolitano de Lisboa até Vialonga, ao invés de parar em Loures, e Fernando Paulo Ferreira diz estar activamente a falar com o governo para que o seu concelho seja contemplado no projecto. “Tenho vindo a ter contactos quer com o Governo quer com a Área Metropolitana de Lisboa (AML) para incluir esta possibilidade no estudo de mobilidade metropolitana que a AML está a começar a desenvolver”, explicou o autarca.