Sociedade | 05-11-2023 07:00

Secretária de vereadores da Chamusca exonerada do cargo também renuncia a mandato na Junta da Parreira

Presidente da Câmara da Chamusca exonerou do cargo a secretária de apoio à vereação, que foi condenada por ter usado o cartão bancário de uma idosa do Centro de Apoio Social da Parreira para proveito próprio. Dora Ribeiro renunciou também ao mandato na União de Freguesias da Parreira e Chouto, onde era tesoureira.

A secretária do Gabinete de Apoio à Vereação na Câmara da Chamusca, Dora Ribeiro, foi exonerada do cargo. Num despacho assinado pelo presidente do município, Paulo Queimado (PS), lê-se que a medida produz efeitos a 25 de Outubro deste ano. O MIRANTE apurou, junto de fonte próxima da União de Freguesias da Parreira e Chouto, onde era eleita e exercia o cargo de tesoureira, que Dora Ribeiro renunciou ao mandato no final da semana passada, no dia em que O MIRANTE noticiou que tinha sido condenada por ter usado em proveito próprio o cartão bancário de uma idosa do Centro de Apoio Social da Parreira, onde foi dirigente.
Dora Ribeiro, que se remeteu ao silêncio durante o julgamento, foi condenada a uma pena de 280 dias de multa à taxa de 7 euros, num total de 1.960 euros. O Tribunal do Entroncamento não teve dúvidas que a arguida fez 81 levantamentos de dinheiro em caixas multibanco, baseando-se nos extractos bancários, no facto de a vítima ser demente e estar dependente e de Dora Ribeiro ter ficado, enquanto tesoureira da instituição, com a guarda do cartão da idosa. Em declarações a O MIRANTE, Dora Ribeiro referiu que vai recorrer da decisão por achar injusta a condenação.
O furto à idosa, na altura com 83 anos, resultou num total de 6.250 euros de levantamentos que foram realizados entre 2019 e 2022. O cartão multibanco tinha sido confiado à tesoureira pelos órgãos sociais da instituição de solidariedade social para que esta o guardasse e mensalmente fizesse o pagamento da mensalidade da idosa, com demência senil, na instituição. Além de se ter apropriado do dinheiro da vítima não pagou as mensalidades de 462,50 euros tendo acumulado uma dívida que, em Fevereiro de 2022, segundo o tribunal, estava em 10.121 euros. Segundo a sentença a que O MIRANTE teve acesso, Dora Ribeiro fazia levantamentos de quantias de 30, 50, 80, 100, 120 ou 200 euros quase sempre na caixa de multibanco da Parreira, mas também levantou dinheiro em Tavira, Chamusca, Abrantes e na Golegã.
Para a juiz do caso a ex-tesoureira da instituição, que saiu do cargo quando foi descoberta, aproveitou-se da situação de “especial debilidade de saúde” da idosa. O caso foi espoletado após várias interpelações a propósito da falta de pagamento das mensalidades e na necessidade de as mesmas serem regularizadas. Para a juiz “não se compreende” como é que, tendo cessado funções no centro social em Outubro de 2021, se tenha mantido na posse do cartão e apenas o tenha entregado em 2022.
Dora Ribeiro foi condenada por um crime de furto qualificado previsto no Código Penal e que é punível com prisão até cinco anos ou com pena de multa até 600 dias.

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