Sociedade | 08-11-2023 07:00

Moradores do Sobralinho não querem destruição de zona verde para dar lugar a estacionamento

Moradores do Sobralinho não querem destruição de zona verde para dar lugar a estacionamento
António Corte Real é um dos moradores da praceta que está contra a intenção da câmara de criar mais estacionamento

Mais de seis dezenas de moradores do Largo Armindo Sttau Monteiro, no Sobralinho, entregaram uma carta ao presidente da Câmara de Vila Franca de Xira pedindo que pare com um projecto que, no seu entender, vai destruir a sua qualidade de vida.

Os moradores da urbanização situada no Largo Armindo Sttau Monteiro, no Sobralinho, concelho de Vila Franca de Xira, não querem que a Câmara de Vila Franca de Xira destrua uma zona verde ali existente para criar 17 novos lugares de estacionamento e prometem luta contra o projecto. Já entregaram ao presidente do município, Fernando Paulo Ferreira, uma carta com 62 assinaturas onde tentam sensibilizar o autarca para não destruir uma praceta florida a troco de alguns lugares de estacionamento.
“O Sobralinho precisa com urgência de um parque de estacionamento digno e de futuro e não de soluções que em nada passam pela destruição da praceta”, lamenta António Corte Real, um dos moradores que está a lutar contra o projecto. O documento foi entregue ao autarca na última reunião de câmara e reúne as assinaturas de moradores dos seis prédios ali existentes. Os signatários requerem o aprofundamento do debate público sobre a solução e manifestam o seu “profundo descontentamento e veemente oposição” à ideia de eliminar o espaço público existente. Isto porque, no entender dos moradores, não se encontra suficientemente fundamentada a necessidade de eliminar a escassa área verde existente no local.
A eliminação daquela área, diz quem ali vive, vai acentuar o défice de espaços verdes existentes no Sobralinho e contribuirá para a acentuação da artificialização do espaço urbano da localidade. “Sendo notória a actual preocupação das autoridades governativas em minimizar o impacto ambiental dos automóveis, não se compreende que queiram dar prioridade aos automóveis em detrimento do bem estar dos vossos poucos e pacatos fregueses”, critica.
Outro morador, Paulo Gomes, diz que o primeiro esboço apresentado pela câmara “não deu nenhum resultado” e questiona a boa aplicação dos dinheiros públicos naquele projecto. “Estou indignado por ver a destruição de uma zona verde para instalar oito lugares de estacionamento. Digo oito porque é o que resta depois de tirar dois lugares para carregamento eléctrico, dois para deficientes e da eliminação dos lugares em espinha. Destruir uma zona verde por tão precária opção?”, lamenta.
O presidente da câmara de VFX, Fernando Paulo Ferreira, perante as queixas, não disse que o projecto seria abandonado, revelando, pelo contrário, que está em fase final. “Esta é uma obra mais larga que começa na Rua Manuel Joaquim dos Reis para criar condições de pedonalidade no Sobralinho e regularizar o estacionamento naquela área. É uma rua em que as pessoas estacionam em cima dos passeios e impedem os peões de circular”, defende. Para o autarca socialista, a zona verde que os moradores mencionam “não é grande nem consolidada” porque é usada para estacionar viaturas, com estacionamentos de longa duração como acontece com uma roulote. Os moradores prometem endurecer a luta.

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