Sociedade | 10-11-2023 18:00

Um bom ordenado não chega para ter uma casa digna e ajudar a família

Um bom ordenado não chega para ter uma casa digna e ajudar a família
Jezueligton Silva confessa que ser de origem brasileira nem sempre ajuda na hora de procurar uma casa

Jezueligton Silva está como muita gente na região ribatejana: com trabalho e sem capacidade para pagar as rendas e os meses de caução que muitos senhorios ainda pedem. Decidiu contar a sua história a O MIRANTE na esperança que alguém o possa orientar.

Foi um “golpe de coragem” que fez em 2008 Jezueligton Silva atravessar o Atlântico para arriscar a vida no Reino Unido. Acabou por se apaixonar por Portugal no caminho e estabeleceu-se em Vila Franca de Xira. Natural de Minas Gerais, no Brasil, o camionista de 42 anos está numa situação peculiar que afecta cada vez mais gente na região ribatejana: trabalha como motorista de pesados a abastecer uma cadeia de supermercados e levanta-se todos os dias pelas quatro da manhã, tem um salário a rondar os 1.600 euros mas mesmo esse valor é curto para ajudar o filho, a família e pagar as rendas elevadas que se estão a pedir no concelho, onde se inclui a exigência dos senhorios de dar três a seis meses de caução pelo aluguer dos imóveis. “O que tenho encontrado em Vila Franca de Xira é tudo 700/800 euros por mês, mais cauções de vários meses o que é incomportável”, lamenta. Por exemplo, numa renda de 800 euros, uma caução mínima de seis meses faz disparar o valor de entrada na casa para 4.800 euros.

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