Portugal é um dos países mais sedentários da Europa
Congresso do Desporto decorreu nos dias 27 e 28 de Outubro no Médio Tejo. Vila Nova da Barquinha, Entroncamento, Abrantes e Torres Novas receberam especialistas que explicaram a importância no desporto, nomeadamente na prevenção de doenças.
A segunda edição do Congresso do Desporto decorreu durante os dias 27 e 28 de Outubro em Abrantes, Entroncamento, Vila Nova da Barquinha e Torres Novas. A iniciativa arrancou com uma sessão na Barquinha que abordou temáticas como o dopping, a importância do desporto na saúde e bem-estar e a ética e fair-play no desporto. O evento começou com uma actuação das alunas do agrupamento de escolas de Vila Nova da Barquinha. O moderador Jorge Guardado, médico cardiologista e antigo atleta, deu início às palestras.
Alfredo Silva, professor na Escola Superior de Desporto de Rio Maior, foi o primeiro orador com a temática de desporto, actividade física, ética e fair-play. Destacou a importância e necessidade urgente da práctica de actividade física para uma maior promoção de saúde e bem-estar individual. Alfredo Silva lamentou o facto de 73% dos portugueses não fazerem nenhum tipo de actividade física, o que torna Portugal o país mais sedentário da Europa. “É fundamental investir na realização e oferta de mais actividades desportivas para aumentar o bem-estar da população. Mas mais importante ainda é garantir o acesso e oportunidade a todos os extractos sociais e não só promover o desporto para determinadas elites”, defendeu.
Pedro Reis foi o segundo orador da tarde. Especialista em fisiologia adaptativa, professor de neurociências no Instituto Politécnico de Santarém, e director na empresa Reis Instituto, destacou o impacto do exercício físico na saúde e na prevenção de doenças. Pedro Reis deu uma breve noção de saúde, definida pela Organização Mundial de Saúde como um equilíbrio de bem-estar físico, mental e social. Explicou o papel do exercício físico na prevenção de doenças, principalmente cardiovasculares, na medida em que a prática desportiva aumenta e melhora o funcionamento do coração, além de uma expansão da capacidade pulmonar. Pedro Reis afirmou que o principal problema é a falta de motivação e autoconfiança e deixou como recomendação praticar uma hora de exercício leve-moderado, duas a três vezes por semana, para um estilo de vida mais saudável.
Carlos Santos, professor de educação física e responsável pelo programa de educação e informação da Autoridade Antidopagem de Portugal (ADoP), deixou noções sobre dopping, nomeadamente o tipo de produtos ilícitos por regulamento, a apresentação de alguns casos reais e a distinção de desporto e fitness. Para Carlos Santos, o uso de dopping deve-se às alterações dos padrões da sociedade, onde se procura a perfeição e resultados que levam a uma exigência extrema.