Santarém recebe projecto-piloto para rastrear níveis nutricionais da população
Associação Portuguesa de Nutrição Entérica e Parentérica lançou o desafio para Santarém ser a primeira cidade a estudar os níveis nutricionais dos utentes de hospitais, centros de saúde e lares.
Santarém vai ser a primeira cidade do país a rastrear os utentes de hospitais, centros de saúde e lares a nível nutricional. A ideia parte da iniciativa internacional NutritionDay, que no ano passado se iniciou em Portugal com um projecto-piloto nos cuidados de saúde primários. A apresentação do projecto em Santarém reuniu no salão nobre dos Paços do Concelho, no dia 31 de Outubro, Aníbal Marinho, médico intensivista no Hospital de Santo António e presidente da Associação Portuguesa de Nutrição Entérica e Parentérica (APNEP), o provedor da Santa Casa da Misericórdia de Santarém, Hermínio Martinho, e o presidente da Câmara de Santarém, Ricardo Gonçalves.
“Tudo começa nos cuidados de saúde primários. Aí é que temos de resolver rapidamente o problema. As pessoas chegam ao hospital malnutridas e não é durante o tempo de internamento que vamos resolver a malnutrição”, referiu Aníbal Marinho, acrescentando que apesar de Portugal ser dos países com maior longevidade, “ter maior longevidade com pouca qualidade de vida também não é bom”.
Hermínio Martinho afirmou que esta é uma das iniciativas que lhe dá mais gosto em participar enquanto provedor da Misericórdia de Santarém uma vez que foi reconhecida a qualidade das técnicas da instituição, em especial da nutricionista Cátia Inácio, que está a coordenar o NutritionDay, iniciativa mundial desenvolvida para melhorar a literacia sobre a malnutrição associada à doença nas instituições de saúde e assim melhorar e optimizar a qualidade dos cuidados nutricionais prestados.
Hospital de Santarém é parceiro
O Hospital de Santarém também recebeu a sessão de apresentação do projecto cuja participação é acessível a qualquer instituição pela facilidade na implementação e por não ter nenhum custo associado. A organização internacional disponibiliza os questionários dedicados e diversos materiais educativos que podem ser utilizados na formação das equipas multidisciplinares. À data, esta iniciativa já recolheu dados de mais de 300 mil indivíduos e envolveu mais de oito mil instituições de saúde de 72 países.