VFX aberta à ideia de promover uma feira do tomate
Feiras do Melão e do Cavalo já não deverão voltar a Vila Franca de Xira, admite o presidente da câmara, mas há novas potencialidades para explorar ligadas aos produtos locais, como o vinho e o tomate.
O tomate é um ex-líbris agrícola do concelho de Vila Franca de Xira e por isso faz sentido para o executivo estudar uma forma de melhor promover este produto e os produtores da região, defende o presidente do município, Fernando Paulo Ferreira. O autarca admite já ter contactado um dos maiores produtores de tomate do concelho para estudar formas de dinamizar o que diz ser um produto importante para a produção local do concelho.
A ideia veio a lume durante a discussão de uma proposta apresentada na última reunião de câmara pela Coligação Nova Geração (PSD/PPM/MPT) onde se pedia esclarecimentos sobre por que motivo o concelho acabou com as feiras do melão e do cavalo. “Houve um decréscimo enormíssimo de produção de melão nas lezírias e houve edições em que a maioria dos agricultores não eram de cá e tinha de vir melão de fora. A lezíria foi-se adaptando a produtos mais rentáveis, como o arroz e o tomate onde somos muito fortes”, explicou o presidente da câmara, lembrando que a decisão de acabar com a feira do melão foi consensual entre todas as forças políticas da altura. “O que faz sentido é continuar a procurar novos mercados de dinamização destas áreas tradicionais. É o que vamos fazer este ano com o arranque do Xira Wine Fest. Permite que nesta área de Lisboa possamos usar este produto de origem natural associando outros ligados à vinha, como as compotas”, defendeu.
Já sobre a feira do cavalo, David Pato Ferreira, vereador que apresentou a proposta da coligação Nova Geração, lembrou que a Feira da Golegã ganhou maior representatividade depois de Vila Franca de Xira ter acabado com o seu certame. “Actualmente, na Feira de Outubro, temos espaços que podem receber provas de horseball e atrelagem. Podemos chamar-lhe salão do artesanato e do cavalo. É só querermos trazer para a festa e o salão soluções que tragam qualidade”, notou.
O presidente do município, Fernando Paulo Ferreira, explica que a requalificação do Parque Urbano do Cevadeiro tornou impossível a continuidade da realização da feira naquele local e que não existia, à data, nenhuma alternativa. “Chegou-se a mudar a feira para o outro lado do rio e correu bem no primeiro ano mas depois foi caindo e a feira gerava pouco retorno”, lamentou. Actualmente, recorde-se, Vila Franca de Xira é uma das câmaras envolvidas na associação de municípios do cavalo, juntamente com outros municípios como a Golegã, que visa promover a actividade equestre e do cavalo.
Já para José João Oliveira, vereador da CDU, todo o concelho perdeu com o fim destes certames. “Colocavam VFX na vanguarda e mostra da actividade agrícola. Passava uma imagem real da nossa ligação ao campo e mundo rural. Agora temos de procurar os entendimentos que permitam a realização destes certames ou outros equivalentes. Não podemos matar as tradições ligadas ao campo”, pediu.
Também o vereador Barreira Soares, do Chega, defendeu a realização de mais feiras deste género onde se promovam os produtos da região e se envolvam os produtores locais. “O mundo rural tem uma importância cabal e grande parte das nossas tradições têm ligação ao mundo rural. Somos a favor da valorização dos nossos produtos e que estas feiras se voltem a realizar, de preferência já em 2024”, afirmou.
Entre 1981 e 2007 foram organizadas 26 edições da Feira do Melão. A Feira do Cavalo teve a sua primeira edição em 1989 e foi suspensa em meados de 2007.