Golegã com novo curso está a trabalhar para ter ensino superior
O curso de Técnico de Gestão Equina foi apresentado no segundo dia da Feira Nacional do Cavalo e conta com 15 alunos no primeiro ano. O vice-presidente da Câmara da Golegã, Diogo Rosa, fala num impacto muito grande e adianta que a curto prazo a ideia é ter ensino superior no concelho com uma licenciatura em equinicultura.
A Câmara Municipal da Golegã e o Agrupamento de Escolas da Golegã, Azinhaga e Pombalinho, em articulação com a Federação Equestre Portuguesa, inauguraram um novo curso que promete vincar ainda mais a ligação do concelho ao mundo dos cavalos. O curso de Técnico de Gestão Equina para o ano lectivo 2023/2024 é uma novidade e conta, no ano zero, com 15 alunos, embora várias dezenas se tenham pré-inscrito. Alguns alunos estão alojados em infraestruturas municipais, outros partilham habitações e também há quem venha de municípios vizinhos, como Chamusca e Torres Novas. Diogo Rosa, vice-presidente do município, explicou que o executivo está a projectar requalificar o centro de estágios, que se encontra em condições degradadas, para criar uma residência para estudantes.
No dia de apresentação do curso, no segundo dia da edição deste ano da Feira Nacional do Cavalo, o autarca conversou com O MIRANTE e destacou o facto de ser um curso que nunca existiu no concelho, que foi muito difícil de implementar, mas que fazia todo o sentido tendo em conta que a Golegã é considerada a capital do cavalo e tem infraestruturas óptimas para a prática da actividade. “O impacto já é muito grande. É uma mais-valia e uma aposta ganha. A nossa qualidade é o que nos diferencia. Os alunos usufruem do Centro de Alto Rendimento de Desportos Equestres e conseguem colocar em prática a sua aprendizagem nos mais de 30 eventos equestres que acolhemos na Golegã durante todo o ano”, afirma, dando logo de seguida uma novidade em primeira mão. “Estamos a trabalhar para conseguir ter ensino superior no concelho. Para o ano queremos ter um Curso Técnico Superior Profissional (TESP) em gestão equina e no futuro a licenciatura em equinicultura, que só existe em Elvas”, refere, acrescentando que a Escola Superior Agrária, do Instituto Politécnico de Santarém, será uma das parceiras se o curso andar para a frente.
Algumas das aprendizagens que os alunos vão ter ao longo do curso agora inaugurado são a formação profissional, ensino e pedagogia equestre; organização de eventos e gestão desportiva; desbaste e ensino de equinos; preparação de conjuntos para a competição; gestão em coudelarias, centros hípicos e escolas de equitação; controlo de higiene, segurança e bem-estar animal; entre outros.
Sobre a Feira Nacional do Cavalo, que prevê levar à Golegã cerca de um milhão de pessoas este ano, Diogo Rosa diz que ainda há muito para melhorar. “Sabemos qual o nosso posicionamento a nível turístico, mas temos de saber melhorar o que temos e não nos encostarmos à sombra da bananeira. Temos de ser mais profissionais. A Golegã tem de ser um centro de negócios. Não é por acaso que temos realizado contactos com países como Arábia Saudita, México entre outros. Estamos apostados na profissionalização e isso vai permitir desenvolver a economia e todas as áreas de interesse no concelho, como a cultura, educação, entre outras”, sublinhou.