Câmara de Coruche paga 1.200 euros mensais para manter GNR no concelho
Depois de muitas negociações a GNR vai ficar instalada no edifício da Santa Casa da Misericórdia, no centro da vila, enquanto decorrerem as obras de requalificação do posto na Rua dos Bombeiros. Está previsto o município pagar a renda durante 19 meses, prazo estimado para conclusão da obra. Autarquia também vai pagar despesas com água e luz.
A Câmara de Coruche vai pagar 1.200 euros por mês, durante 19 meses, pelo arrendamento do edifício onde funcionou o centro de dia, propriedade da Santa Casa da Misericórdia local, para manter a Guarda Nacional Republicana (GNR) na sede de concelho. A informação foi dada pelo presidente do município, o socialista Francisco Oliveira, em sessão camarária. O autarca criticou a postura dos responsáveis da GNR por “não darem atenção” à necessidade de encontrar uma solução para os militares enquanto decorrem as obras. “O Comando Distrital da GNR aceitou que o posto seja instalado provisoriamente no edifício da Santa Casa, mas senti que poderiam ter decidido mais cedo”, lamentou. Além da renda, o município também vai pagar as despesas com luz e água. Francisco Oliveira explicou que é preciso fazer apenas alguns ajustes no interior do imóvel.
O vereador da oposição, Valter Jerónimo (CDU), elogiou a decisão da maioria socialista e referiu que este é um investimento que a câmara está a fazer na segurança da população.
Como O MIRANTE noticiou em Outubro deste ano, os militares vão ficar instalados no edifício da Misericórdia enquanto decorrem as obras de requalificação do posto na Rua dos Bombeiros, no centro da vila. “Quero sossegar a população que, tal como o executivo municipal, receava que a GNR pudesse sair de cá mas sempre acreditei que as coisas se resolvessem de modo favorável”, afirmou Francisco Oliveira. No entanto, o Destacamento Territorial da GNR vai mudar-se para Samora Correia, concelho de Benavente, durante o decorrer dos trabalhos. Francisco Oliveira não escondeu o seu descontentamento, na última sessão da Assembleia Municipal de Coruche, por o destacamento territorial não ficar no concelho. “Fizemos tudo para que não transferissem o destacamento da GNR para Samora Correia”, explicou aos eleitos.
Francisco Oliveira defende que se o posto do Couço tinha condições para acolher os militares do posto de Coruche também terá condições para acolher uma ou duas secções do Destacamento Territorial da GNR, que é composto por SEPNA, Escola Segura e Núcleo de Investigação Criminal. “Quando as obras terminarem queremos que o Destacamento Territorial regresse a Coruche”, vincou.
APG defende instalações em Coruche
A Associação Profissional de Guardas (GNR) emitiu um comunicado onde informa que reuniu com o presidente da Câmara de Coruche afirmando que o processo foi mal conduzido. “A GNR agiu tarde e não diligenciou atempadamente junto da câmara para que se encontrassem alternativas para que todas as valências ficassem em Coruche”, afirma. A associação defende que o efectivo do comando territorial deve ficar em Coruche para não ter despesas extra com as deslocações entre a vila e Samora Correia. Os dirigentes visitaram as actuais instalações do posto e destacamento territorial e garantiram que vão estar atentos ao desenrolar do processo.
Actual posto está degradado
As instalações onde funciona o posto da GNR de Coruche têm alguns problemas e há muito tempo que são reivindicadas obras de requalificação. Em Abril de 2019 a Associação de Profissionais da Guarda exigia que as obras de requalificação das instalações da GNR de Coruche se iniciassem de imediato e considerava uma “afronta” a demora no início das intervenções, consideradas prioritárias.