Ser dona de casa no século do empoderamento feminino
Ser doméstica há muito que deixou de estar na moda. Diva Silva contrariou a tendência e fez do lar o seu local de trabalho por amor à família. Defende a liberdade de escolha e lamenta que as donas de casa não sejam valorizadas. Pedir dinheiro ao marido ou aos filhos é o que mais lhe custa.
Quando há nove anos Diva Silva tomou a decisão de ser dona de casa ainda não sabia o quanto lhe ia custar deixar de ter algumas liberdades, como a financeira. Fê-lo a pensar no bem da família e no que o companheiro, a filha e o filho precisavam para vingar nas suas carreiras. “Foi quase por obrigação. Começaram a ver que havia necessidade de terem apoio em casa, para as refeições, fardas lavadas, tratar da papelada... E trabalhar e tomar conta de tudo isso é quase impossível”. Não há, desde então, como descrever os seus dias sem se entrar numa espiral descritiva de afazeres domésticos, que tornam os seus dias solitários e repetitivos: “Pôr máquinas a lavar roupa, a loiça, fazer camas, tratar dos animais, estender, limpar o pó, o chão, fazer almoço, tratar das galinhas, arrumar o que está desarrumado, fazer jantar. É isto todos os dias”.