Sociedade | 17-11-2023 10:00

Remoção dos resíduos da Fabrióleo vai custar mais de 700 mil euros

Remoção dos resíduos da Fabrióleo vai custar mais de 700 mil euros
Câmara de Torres Novas aprovou adjudicação da empreitada de remoção de resíduos da antiga fábrica Fabrióleo. fotoDR

Executivo camarário de Torres Novas aprovou a adjudicação da empreitada de remoção de resíduos da antiga fábrica Fabrióleo. Intervenção está orçamentada em mais de 700 mil euros e vai ser financiada pela Agência Portuguesa do Ambiente.

O executivo municipal de Torres Novas aprovou, na reunião privada de 8 de Novembro, a adjudicação do procedimento de “Aquisição de serviços para remoção, recolha, transporte e tratamento de resíduos da Estação de Tratamento de Águas Residuais Industriais (ETARI) da ex-Fábrióleo” à empresa EGEO - Tecnologia e Ambiente, SA, pelo valor de 702.830 euros, acrescido de IVA, e prazo de execução de 120 dias.
Para o presidente do município, Pedro Ferreira, a resolução de um problema ambiental que afectava a cidade de Torres Novas e as localidades do Carreiro da Areia, Pintarinhos, Meia Via e até Entroncamento, “está no bom caminho e o melhor foi acabar com a poluição”, que contaminava a ribeira da Boa Água, afluente do rio Almonda. O autarca socialista falou à Lusa a propósito da adjudicação da empreitada de remoção e tratamento de resíduos na antiga Fabrióleo, onde ainda permanecem quatro mil metros cúbicos de efluentes na Estação de Tratamento de Águas Residuais Industriais.
Segundo uma nota da autarquia, o procedimento “tem como objectivo assegurar o encaminhamento dos resíduos armazenados nos diversos tanques e lagoas localizados nas instalações da ex-Fabrióleo para tratamento em destino final adequado”, minimizando-se os danos da sua permanência “para os recursos hídricos superficiais e subterrâneos, solo e população em geral”. A intervenção “pretende ainda dar cumprimento ao compromisso assumido no âmbito do protocolo celebrado com a Agência Portuguesa do Ambiente (APA), em 6 de Março de 2023, entidade que irá suportar os encargos resultantes da execução do procedimento até ao montante de 745 mil euros”, lê-se na mesma nota.
Pedro Ferreira salientou ainda que a solução para “um problema tão complexo” como o da Fabrióleo – Fábrica de Óleos Vegetais, situada em Carreiro da Areia, “não podia passar só pela câmara” e que, após “muita pressão” junto do Ministério do Ambiente, foi possível a autarquia e a APA, através de verbas do Fundo Ambiental, até 750 mil euros, prepararem uma intervenção na antiga unidade industrial.

Fábrica fechou em 2020 por ordem do tribunal

A Fabrióleo, recorde-se, fechou portas depois de uma decisão do Tribunal Central Administrativo Sul, em Junho de 2020, depois de, em 2018, a Agência para a Competitividade e Inovação (IAPMEI) ter decretado o seu encerramento. Em 2021, e na sequência de contra-ordenações ambientais muito graves decididas pela APA, a empresa foi condenada, em cúmulo jurídico, ao pagamento de uma coima única no valor de 400 mil euros e na sanção acessória de suspensão da Licença de Utilização de Recursos Hídricos.

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