Sociedade | 19-11-2023 07:00

Cancro do pulmão continua a ser o que mais mata a nível mundial

Cancro do pulmão continua a ser o que mais mata a nível mundial
Unidade de Pneumologia Oncológica do Hospital Distrital de Santarém organizou encontro para falar dos mais recentes avanços na terapia de doentes com cancro do pulmão em fase precoce. FOTO - HDS

Unidade de Pneumologia Oncológica do Hospital Distrital de Santarém organizou encontro para dar conta dos mais recentes avanços na terapia de doentes com cancro do pulmão em fase precoce.

O cancro do pulmão continua a ser o tumor mais letal a nível mundial e em mais de metade dos casos é diagnosticado em fases avançadas, com metastização presente, o que se associa a piores resultados e a maiores custos. “Apesar das últimas duas décadas terem sido prodigiosas no que respeita ao surgimento de novos tratamentos para estádios avançados como, por exemplo, terapias dirigidas a alvos moleculares ou inibidores de checkpoints imunitários, as sobrevivências continuam a ficar muito aquém do desejado”, afirmou Cláudia Lares dos Santos, coordenadora da Unidade de Pneumologia Oncológica (UPO) do Serviço de Pneumologia do Hospital Distrital de Santarém (HDS).
Cláudia Lares dos Santos falava numa reunião promovida pela unidade que coordena e que teve como tema “Novos Horizontes em Cancro do Pulmão de Não Pequenas Células em Estádio Precoce”. O objectivo foi a partilha dos mais recentes avanços na terapia sistémica perioperatória de doentes com cancro do pulmão em estádio precoce. A médica vincou que quando o cancro do pulmão é diagnosticado em fase precoce e não existem gânglios linfáticos mediastínicos envolvidos nem metastização associada, as perspectivas de sobrevivência são “substancialmente mais animadoras”, com mais de 90% dos doentes vivos cinco anos depois do diagnóstico.
“Espera-se que nos próximos anos Portugal consiga organizar-se por forma a iniciar a implementação de um rastreio de cancro do pulmão, à semelhança do que já sucede em outros países, como Croácia, Polónia ou República Checa”, menciona a médica pneumologista, citada em nota de imprensa do HDS. Segundo afirma, a “realização de uma TAC de tórax anual, com baixa dose de radiação, a indivíduos de risco, mostrou em vários ensaios clínicos associar-se a redução da mortalidade devido ao aumento brutal do número de casos diagnosticados em fase precoce e por isso candidatos a cirurgia, que é a modalidade terapêutica que apresenta a melhor probabilidade de cura”.
A abertura da reunião contou com as intervenções de Maria Filomena Roque, directora clínica do HDS, que traçou uma breve panorâmica sobre o cancro do pulmão a nível mundial; de Gustavo Reis, director do Serviço de Pneumologia, que sublinhou a excelência dos cuidados prestados no âmbito da Oncologia Pneumológica no HDS, constituindo uma das áreas de maior diferenciação do serviço que dirige; e de Cláudia Lares dos Santos, coordenadora da UPO do HDS, que falou sobre o trabalho que tem sido desenvolvido.

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