Sociedade | 19-11-2023 12:00

Instituição não deixa criança levar trotineta para a escola

Jorge Freire vai com o filho de Cascais até ao Forte da Casa de transportes públicos em semanas alternadas. Pai lamenta que a Associação de Solidariedade Social de Apoio à Família não deixe a criança deixar a trotineta na escola.

A Associação de Solidariedade Social de Apoio à Família (ASSAF) do Forte da Casa não permite a entrada de trotinetes nas instalações escolares. A denúncia é de Jorge Freire, pai de um menino de cinco anos que frequenta a ASSAF há dois anos. Em semanas alternadas, pai e filho fazem o percurso Cascais-Forte da Casa em transportes públicos. Levantam-se de madrugada e às 07h00 apanham o autocarro até à estação ferroviária. Saem na estação de Alcântara-Mar e depois apanham o comboio para a Póvoa de Santa Iria. Aí seguem no autocarro que percorre a vila do Forte da Casa e saem perto da ASSAF. São três horas de manhã e outras três ao final da tarde em transportes públicos.
Jorge Freire relata que o filho Francisco usa a trotineta durante o percurso a pé, entre transportes, porque o percurso é longo. Lamenta por isso a falta de sensibilidade da direcção da ASSAF para a situação. “Há o dia da bicicleta na escola. Ainda no início do ano lectivo as bicicletas e trotinetas estiveram na ASSAF. A trotineta do Francisco existe para ele se deslocar e ou era posta atrás da porta da sala dele, e a educadora deixava, ou acabava por ficar em frente aos cacifos. Agora a educadora transmitiu que já não era possível”, conta.
O pai da criança questionou a administração escolar sobre o motivo da recusa e diz que a resposta foi que se todas as crianças fizessem o mesmo seria incomportável. “Perguntei se não tinham nenhuma flexibilidade para deixar ficar a trotineta tendo em conta a situação do Francisco e disseram que não. Os primos e vizinhos do meu filho têm sítios na escola para os skates, bicicletas e trotinetas. Ali não têm um local próprio mas têm espaço. Estamos a falar de uma trotineta de criança, de pequena dimensão”, explica.
Os pais do Francisco têm guarda partilhada o que significa que uma semana a criança reside em Alverca do Ribatejo com a mãe e outra semana em Cascais com o pai. De acordo com Jorge Freire, por decisão judicial provisória, que dura há cinco anos, a criança tem de continuar a frequentar a ASSAF, onde paga mensalidade. Apesar de ter entrado numa escola pública em Cascais, a cinco minutos de casa, o tribunal decidiu que o Francisco tem de continuar na ASSAF.
“Este ano começamos a andar de transportes públicos porque vir de carro para o Forte da Casa é mais do que um ordenado mínimo gasto em deslocações. Os transportes são rápidos mas os constrangimentos atrasam. E não percebo porque não deixam o meu filho ou outra criança deixar a trotineta na escola”.
O MIRANTE contactou a ASSAF que não quis fazer qualquer comentário nem prestar qualquer esclarecimento sobre o motivo das crianças não poderem deixar trotinetas ou bicicletas nas instalações escolares.

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