OGMA de Alverca investe 90 milhões para contrato de manutenção de motores
Empresa de indústria aeronáutica foi uma das que esteve presente na primeira edição das Jornadas Empresariais de Alverca e destacou a conclusão, já no início de 2024, da nova unidade de manutenção de motores Pratt & Whitney. OGMA vai precisar recrutar 200 pessoas.
Depois de uma negociação que durou uma década a OGMA Indústria Aeronáutica de Alverca garantiu um contrato de 30 anos para efectuar a manutenção dos novos motores Pratt & Whitney (P&W) e para isso investiu 90 milhões na fábrica da cidade e prepara-se para recrutar duas centenas de trabalhadores. Os novos motores da P&W equipam a nova geração de aeronaves comerciais como, por exemplo, os Airbus A320neo, já usados em frotas de companhias aéreas europeias como a TAP.
João Santos, director de comunicação da empresa, revelou, durante a primeira edição das Jornadas Empresariais de Alverca, a 9 de Novembro, que os trabalhos de instalação da nova unidade de manutenção estarão concluídos no início de 2024. “Algumas zonas do novo espaço, em caso de terramoto, serão das mais seguras que existem”, notou, aludindo à alta tecnologia da nova estrutura. A P&W estima ter 10 mil destes novos motores a circular por todo o mundo até 2025. Com este negócio a OGMA espera vir a encaixar uma facturação anual de 400 milhões de euros e gerar 200 postos de trabalho, fruto de um processo de industrialização e adaptação que durou três anos.
Actualmente, 40% dos trabalhadores da OGMA são do concelho de Vila Franca de Xira mas apenas 5% dos fornecedores são do concelho ribatejano. A empresa está a criar a Academia Aeronáutica de Portugal nas suas instalações para colmatar um problema que se mantém: a dificuldade em contratar jovens quadros especializados que continuam a voar para fora de Portugal em busca de melhores salários. “Temos trabalhado de perto com a Escola Secundária Gago Coutinho precisamente para tentar colmatar essa necessidade. Sentimos muita falta de mão-de-obra. Esta nova academia vai permitir formar e dar formação numa perspectiva da aeronáutica”, explicou João Santos.
A OGMA, que tem mais de 100 anos de vida, desenvolve a sua actividade em duas áreas de negócio, sobretudo a manutenção, reparação e revisão geral de aeronaves, motores e componentes de aviação civil, bem como o fabrico e montagem de estruturas para aviões civis e militares. É detida em 65% pela Airholding, que pertence à brasileira Embraer, e em 35% pelo Estado português.