Sociedade | 24-11-2023 12:00

“Não há estratégia para o mundo agrícola”

“Não há estratégia para o mundo agrícola”
Nuno Serra é o novo secretário-geral da Confagri tendo sido deputado à Assembleia da República pelo círculo de Santarém durante oito anos

Nuno Serra assumiu recentemente o cargo de secretário-geral da Confagri. Diz que o Ministério da Agricultura não tem uma estratégia clara dando como exemplo a falta de aproveitamento da água da chuva.

Nuno Serra, 50 anos, foi deputado durante duas legislaturas (2011-2019), vereador na Câmara de Santarém, líder concelhio e distrital do PSD, é presidente do Rugby Clube de Santarém há alguns anos e recentemente assumiu o cargo de secretário-geral da Confagri. A vida tem-lhe corrido bem e ele próprio o admite, ressalvando que há sempre momentos altos e outros mais baixos. Fez carreira no sector privado tendo até este ano trabalhado numa multinacional na área da consultoria e tecnologia. Assume-se como um executor. Não parece ter saudades da política partidária e foca-se agora nas questões do mundo rural. Nesta conversa assume um discurso institucional decorrente das funções que agora desempenha evitando controvérsias.

É formado em Engenharia e Gestão Industrial e trabalhou até há pouco tempo como consultor numa empresa de tecnologia da informação e serviços. Foi a política que lhe abriu a porta de entrada na Confagri?
Acho que teve as duas partes. A política fez-me conhecer muitos dos actuais administradores e o presidente da Confagri, mas, efectivamente, para ser contratado para este cargo tinha que ter um percurso em termos profissionais que o justificasse. Fui contactado para me candidatar ao lugar e a partir daí cumpriram-se todos os trâmites do recrutamento normal.
E está satisfeito com a opção tomada?
Muito satisfeito. O ambiente do mundo rural é completamente diferente do mundo das tecnologias. É um ambiente muito saudável, onde acreditamos e trabalhamos para que os outros acreditem que o que produzimos é bom. Só conseguimos estar no mundo rural e nestes cargos se acreditarmos que o que Portugal produz é bom e que devemos produzir mais para alimentar a nossa gente.

Que opinião tem sobre o trabalho desenvolvido pela ministra da Agricultura?
O problema do Ministério da Agricultura é que não tem uma estratégia clara para o que queremos para o nosso mundo agrícola nos próximos anos. As medidas são tomadas ad-hoc, há uma postura de reacção. Não temos também uma estratégia clara para a água, por exemplo. Devíamos estar preocupados com a água que cai do céu e que não aproveitamos porque não criámos infraestruturas para isso.
O chamado Projecto Tejo, que é falado já há alguns anos, poderia ser uma solução?
Era essencial. E é por isso que digo que não tem havido uma estratégia clara por parte do Governo. Devíamos ter apostado mais no regadio. Só podemos ter boas produções, só podemos ter agricultura competitiva, se houver regadio. E estamos pouco virados para isso. Precisamos de criar reservatórios, de ter mais água armazenada...

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