Sociedade | 29-11-2023 18:00

Entroncamento vai ser o único município do Médio Tejo a falhar protocolo com IHRU

Entroncamento vai ser o único município do Médio Tejo a falhar protocolo com IHRU
Presidente do município, Jorge Faria, diz que a oposição está a travar projectos importantes para o concelho

Na última assembleia municipal os eleitos recomendaram que socialistas reavaliassem proposta de construção de uma centena de habitações por 17 milhões de euros. Em reunião extraordinária, a oposição voltou a fazer braço de ferro e chumbou novamente a medida.

Os vereadores da oposição no executivo municipal do Entroncamento continuam a bater o pé às medidas propostas pela equipa liderada por Jorge Faria (PS), nomeadamente a proposta de construção de 100 fogos habitacionais no concelho. A medida apresentada em Setembro deste ano, em reunião camarária, diz respeito a um contracto de colaboração com o Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana (IHRU) para a construção de 100 novos fogos, com um investimento de 17 milhões de euros, financiados na sua totalidade.
A oposição, que já tinha chumbado a proposta quando foi apresentada, voltou a ter tempo para a reapreciar, depois dos eleitos da assembleia municipal, a 28 de Setembro, a terem aprovado por maioria, alegando que seria um projecto importante para o desenvolvimento do concelho. No entanto, os vereadores do PSD e Luís Forinho, vereador eleito pelo Chega, agora independente, continuam a não ver razões para a sua aprovação.
Luís Forinho continua a dizer que não faz sentido a construção de 100 habitações quando áreas como a saúde, educação e segurança no concelho estão em situações precárias, com muitos munícipes sem acesso a serviços fundamentais para o seu bem-estar. Rui Madeira, vereador do PSD, afirmou não entender a necessidade da reunião extraordinária, uma vez que o ponto já tinha sido chumbado antes e que, não havendo novidades no projecto, era óbvio que iria ser chumbado novamente. “Voltamos a referir, se a construção das 100 habitações não está prevista na Estratégia Local de Habitação, um documento com cerca de dois anos, algo está errado. Ou estas habitações não são necessárias ou a estratégia está desactualizada. No nosso entender, o concelho precisa de reabilitar as várias habitações degradadas que temos para melhorar a imagem da nossa cidade e não criar mais 100 habitações para pessoas que podem não ser do Entroncamento e que vão agravar ainda mais a imagem de cidade-dormitório que o Entroncamento já tem” referiu o social-democrata, em declaração de voto.
Rui Madeira explica que, apesar de não estar previsto na Estratégia Local de Habitação, um estudo realizado por uma empresa independente mostra que cerca de 23% das habitações do concelho estão desabitadas e que podem ser reabilitadas e servir para alojar população.
Num comunicado assinado pelo presidente, a Câmara do Entroncamento fala em “atitude populista” da oposição para que não se avance com projectos estruturantes para o concelho. “Com o chumbo deste projecto (..) só há uma verdade, os jovens, as famílias e o concelho ficam prejudicados”, refere a nota. Recorde-se que O MIRANTE publicou um artigo na edição passada sobre o ambiente político que se vive no executivo do Entroncamento, colocando questões aos líderes de todas as forças partidárias. O presidente Jorge Faria foi o único que não respondeu aos esclarecimentos solicitados pelo nosso jornal.

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