Sociedade Recreativa da Romeira está há nove décadas ao serviço da comunidade
A Sociedade Recreativa da Romeira comemora 91 anos no mês de Novembro. Integram a direcção 14 voluntários, entre os 34 e os 50 anos, que organizam diversas iniciativas ao longo do ano para angariar receitas e equilibrar as finanças.
No primeiro andar da sede da Sociedade Recreativa da Romeira (SRR) estão João Carvalho e João Luís a iniciar os preparativos para o jantar de 11 de Novembro. Ao som das suas músicas preferidas, que saem de uma coluna instalada provisoriamente na cozinha, descascam cenouras para depois cozinharem carne guisada com esparguete e batatas fritas. O jantar, a que se seguiu uma peça de teatro, contou com a presença de meia centena de associados e simpatizantes da colectividade do concelho de Santarém que em Novembro comemora 91 anos de existência. Para assinalar a data a direcção da SRR organiza eventos em todos os fins-de-semana do mês de aniversário, excepto no primeiro.
O grupo de teatro e o rancho que pertencem à SRR têm uma gestão autónoma mas a direcção ajuda em tudo o que precisam. Teatro, folclore ou noites de fado são algumas das iniciativas culturais que promovem. No último sábado do mês, dia 25, há um almoço onde comparecem entre 50 a 80 pessoas para assinalar o aniversário. Integram a direcção 14 voluntários, entre os 34 e os 50 anos. Organizam ou participam em diversas iniciativas ao longo do ano para equilibrar as finanças.
Ao longo do ano o bar da sede, que é explorado pela colectividade, é um ponto de encontro sobretudo das pessoas da freguesia. O ponto alto do calendário de actividades da SRR é a organização da festa de Verão da aldeia que começa a ser preparada em Outubro. São entre 80 a 100 pessoas envolvidas na organização. “Com o dinheiro que angariamos ao longo do ano a colectividade é auto-sustentável mas precisamos sempre de ajuda. Temos o apoio dos empresários da freguesia. A conjuntura económica não está fácil e uns dão menos que noutros anos e também há aqueles que ajudam mas não querem que se torne público porque senão todos vão pedir”, explica.
A exploração do bar ajuda a que a associação não tenha dívidas. O presidente da direcção, João Luís, de 34 anos, conta que a SRR esteve de portas fechadas durante vários anos tendo reaberto em 2004. Em 2015 concluíram as obras de reabilitação da sede num investimento de cerca de 250 mil euros, com apoios da Câmara de Santarém, de fundos comunitários e de alguns sócios.
Para este ano estão previstas pequenas obras para proporcionar melhores condições nas instalações. A actual direcção da SRR tomou posse em 2023 e João Luís não põe de parte recandidatar-se nas próximas eleições, em 2025. “Somos voluntários e o que nos mantém é não deixar morrer a colectividade. A direcção não diz que não a outro mandato, sobretudo porque não vemos alternativas à nossa volta. Se houvesse mais gente a querer pegar na colectividade talvez pensássemos em nos afastar, mas não havendo não temos coragem de abandonar a sociedade que faz parte da nossa família e do nosso crescimento”, sublinha o presidente da direcção.
João Luís explica a O MIRANTE não ser fácil recrutar jovens que muitas vezes têm outras actividades e estão tão embrenhados na sua vida pessoal e profissional que aproveitam o pouco tempo que têm para estar com a família. O dirigente não sabe o futuro do associativismo mas não acredita que passe pela remuneração dos cargos de direcção, uma vez que, considera, será difícil arranjar dinheiro para isso.