Centenária Maria Rosa, da Castanheira, diz que o trabalho é a fonte da juventude
Maria Rosa dos Santos celebrou 100 anos às 16h00 de sexta-feira, 24 de Novembro, lembrando os marcos históricos a que assistiu na sua vida.
Maria Rosa dos Santos celebrou 100 anos às 16h00 de sexta-feira, 24 de Novembro, lembrando os marcos históricos a que assistiu na sua vida: a inauguração da Ponte Marechal Carmona; a primeira edição do Colete Encarnado; as cheias de 1967; e a construção da Fábrica das Palavras. Cem anos são apenas um número para a mulher que nasceu nas Cardosinhas, Casal da Coxa, Vila Franca de Xira, mas que vive em Castanheira do Ribatejo há 25 anos e só aos 99 anos pediu à família que a levasse para um lar. O marido morreu há 18 anos. “Ela é que escolheu vir para um lar. Viveu sozinha até aos 99 anos e foi muito bem acompanhada pelo programa Activamente da Câmara de Vila Franca de Xira, que lhe deu muito apoio sempre que precisava. Foram espectaculares”, ressalva a O MIRANTE a filha, Vera Vieira.
Até à pandemia de Covid-19 as rotinas de Maria Rosa dos Santos mantinham-se intactas incluindo ir para o jardim conviver com as amigas. Tem duas filhas e cinco netos. Trabalhou no Lavareda, uma casa conhecida em Vila Franca de Xira, fez costura e fatos para as varinas, dançou no rancho de VFX, trabalhou nos armazéns de desembarque de frutas e até à reforma o seu local de trabalho foi a coser sacas na antiga Fábrica do Arroz, onde hoje é a biblioteca municipal. É uma aficionada que gostava de ver as largadas de toiros e que critica não haver mais touradas transmitidas na televisão. Ainda hoje gosta de bordar.
Quando lhe perguntamos qual o segredo para a longevidade Maria Rosa é directa: “Lutar muito pela vida e muito trabalho. A minha vida foi de trabalho, com muito suor, meu e do meu marido. O trabalho é a fonte da vida”, conta. Ainda assim, confessa, “já gostava de morrer” porque já não tem muitas das suas amigas de infância nem o marido, ainda que a restante família goste muito dela.
No dia da inauguração da Ponte Marechal Carmona, Maria Rosa atravessou o tabuleiro a pé, até metade, voltando para trás. “No Monte Gordo só se viam árvores, era tudo verde, não havia prédios”, recorda. Quando era nova “queria era paródia” e foi num baile que conheceu o marido, que foi o amor da sua vida.
As cheias de 1967 foram um dos momentos mais atribulados da sua vida. “Tinha uma propriedade com uma barreira e a água levou tudo para o rio”, lamenta. Já a sua maior felicidade, conta, são os filhos, o falecido marido e “Deus no coração”.