Pais contestam novas regras durante refeições em escolas de Tomar
Pais estão descontentes pelas medidas implementadas em algumas escolas de Tomar durante serviço de refeições. Alunos não podem utilizar micro-ondas por questões de higiene e segurança e todos os alimentos comprados fora da escola devem ser consumidos no exterior.
A implementação de novas medidas em algumas escolas de Tomar estão a indignar vários encarregados de educação, que as consideram demasiado rigorosas. A O MIRANTE chegaram várias queixas de pais que não concordam com os novos padrões por “condicionar a liberdade dos alunos”.
Segundo apurou o nosso jornal, os alunos deixaram de ter a possibilidade de utilizar o micro-ondas da escola por não se encontrarem garantidas as condições de higiene e segurança devido à constante má utilização do equipamento, que traz consequentemente riscos para a saúde. Numa circular a que O MIRANTE teve acesso, e que foi enviada aos pais, pode ler-se que “tendo em conta todas as preocupações com o fornecimento aos alunos de uma alimentação saudável e entendendo que a escola é um espaço privilegiado para a promoção da saúde, os alunos que habitualmente compram para o almoço pizzas, McDonald’s ou alimentos similares, bem como bebidas gaseificadas, têm de os consumir fora da escola”.
Recorde-se que a escola tem um serviço de refeições, tutelado pela Câmara Municipal de Tomar, e concessionado a uma empresa. Com estas medidas, não é permitido ao aluno trazer de casa ou comprar fora da escola as refeições e sentar-se no refeitório para as consumir.
Contactada por O MIRANTE, Celeste Sousa, directora do Agrupamento de Escolas Nuno de Santa Maria, afirma que todos os pais tiveram conhecimento das medidas e que as mesmas pretendem garantir a segurança e a implementação de hábitos de vida saudáveis nos alunos. “O serviço prestado pela escola é e deve ser levado muito a sério e não se podem correr riscos. Queremos garantir a segurança e o equilíbrio dentro da escola. A maioria dos pais têm compreendido e concordam. É a saúde dos seus filhos que está em jogo”, afirma, acrescentando que “por uma questão de bom-senso não faz sentido haver pais que levam fast-food à entrada da escola para os filhos comerem”.
Paulo Macedo, director do Agrupamento de Escolas “Templários”, salienta que ainda não adoptaram quaisquer medidas porque vão debater o assunto com a associação de estudantes, “para os alunos terem uma palavra a dizer”. O dirigente sublinha ao nosso jornal que algumas coisas têm de ser alteradas, mas é importante que haja diálogo “antes de tomar qualquer decisão”.
Hugo Cristóvão, presidente da Câmara de Tomar, afirma estar em sintonia e constante diálogo com os agrupamentos de escolas, acrescentando que não é bom para a saúde das crianças que na sua alimentação prevaleça a ingestão de fast-food, como tem vindo a acontecer, salienta.