Sociedade | 04-12-2023 18:00

Burocracias impedem abertura de nova sala de creche na Chamusca

Burocracias impedem abertura de nova sala de creche na Chamusca
Obras na creche “O Coelhinho”, na Chamusca, foram inauguradas há mais de dois meses, mas as novas salas ainda não foram abertas e os pais desesperam por não terem sítio para colocar os filhos

Pais estão indignados com atraso na abertura das novas instalações da creche “O Coelhinho”, na Chamusca, e muitos já enviaram candidatura a vaga em estabelecimentos de outros concelhos.

Provedor da Misericórdia esclarece que atraso se deve a burocracias e lamenta a situação, afirmando que é do interesse da instituição que instalações estejam em pleno funcionamento rapidamente.

A Santa Casa da Misericórdia da Chamusca inaugurou recentemente as obras de remodelação e reestruturação da creche “O Coelhinho”, única do concelho da Chamusca, mas a nova sala ainda não está disponível devido a burocracias. A informação foi dada a O MIRANTE pelo provedor da instituição, Nuno Castelão.
Os pais das crianças realizaram pedidos de inscrição há vários meses, esperando colocar os filhos assim que fosse realizada a inauguração, mas mais de dois meses depois continuam sem respostas. Um dos pais, que pediu ao nosso jornal para não ser identificado, lamenta que depois de “uma grande festa de inauguração”, a nova sala se encontre “por abrir e com inúmeras crianças a aguardar por processos de licenciamento e autorizações que mais funcionam como pedras de arremesso entre a Santa Casa e a Câmara Municipal da Chamusca sem se chegar a qualquer previsão para resolução” do problema. “Quem na verdade fica prejudicado no meio disto tudo são as crianças (…) e os pais que não encontram alternativas para colocar os seus filhos durante o horário de trabalho”, acrescenta, adiantando que já enviou um pedido de inscrição para uma creche noutro concelho e que, à partida, em Janeiro terá o seu filho nesse estabelecimento. “Um concelho cada vez mais envelhecido e que cada vez perde mais jovens, não conseguir garantir um dos serviços vitais para atrair população só demonstra o caminho que tende a seguir”, vinca.
Contactado por O MIRANTE, o provedor da Misericórdia da Chamusca afirma que o atraso da abertura da nova sala se deve a questões burocráticas impossíveis de ultrapassar sem o seu cumprimento. “As obras terminaram em Setembro. Para termos licença de financiamento tínhamos de ter tudo legalizado e autorizações da Segurança Social, câmara municipal, Protecção Civil e Autoridade de Saúde. Das quatro faltam duas”, explica, referindo que foram obrigados à última hora a refazer parte do processo depois de serem confrontados inesperadamente com os entraves. “Como deve imaginar lamentamos toda a situação, uma vez que também causa transtornos à instituição. Realizámos vários investimentos, nomeadamente em recursos humanos, e contraímos crédito bancário que estamos a pagar, por isso era do nosso interesse ter todas as valências a funcionar. Esperemos que esteja tudo resolvido nas próximas semanas”, frisa.
Recorde-se que o projecto de requalificação da creche permitiu aumentar para o dobro o número de vagas da creche, que vai poder acolher mais de 80 crianças. A intervenção envolveu a remodelação das salas para aumentar a rentabilidade energética, a adaptação de duas salas, a substituição da cobertura de fibrocimento, de portas e janelas e o arranjo dos espaços exteriores. No dia da inauguração, a 23 de Setembro, Nuno Castelão salientou a importância do ambiente de creche para a autonomia das crianças, assim como para o desenvolvimento das capacidades físicas, sensoriais e emocionais. O projecto sofreu alterações para dar resposta ao aumento da lista de espera. Nuno Castelão espera que o concelho cresça e que daqui a três anos haja necessidade de ampliar a creche novamente.

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