IP considera túnel inviável e recomenda quadruplicação da Linha do Norte à superfície em VFX
Infraestruturas de Portugal mantém intenção de recomendar alargamento da Linha do Norte à superfície no concelho de Vila Franca de Xira e não em túnel como defendido pelos autarcas.
A população e os autarcas de Vila Franca de Xira exigiram que a quadruplicação da Linha do Norte que atravessa o concelho se faça por túnel mas a Infraestruturas de Portugal (IP) mantém a sua posição e defende que a melhor solução é o alargamento da ferrovia à superfície.
Carlos Fernandes, vice-presidente da IP, confirmou na última semana à comunicação social que a IP considera inviável a construção de um túnel que atravesse Alhandra e Vila Franca de Xira por considerar que se trataria de um projecto extremamente caro - a rondar os 600 milhões de euros - e complexo e arriscado do ponto de vista da engenharia. “Portugal não tem meios, capacidade e recursos para andar a enterrar linhas pelo país todo”, afirmou o responsável quando questionado sobre o assunto que tem dado que falar no concelho ribatejano.
A posição da IP surge apenas uma semana depois dos autarcas de Vila Franca de Xira terem votado uma posição conjunta aprovada por maioria - com a abstenção da CDU - exigindo que o projecto seja executado recorrendo a um túnel e descartando a criação de um canal autónomo. Não sendo uma posição vinculativa - porque a decisão final sobre o projecto não compete à câmara mas sim ao Governo e à IP - pode ser politicamente relevante como instrumento de defesa dos interesses da comunidade.
PCP fala em “pobre opção”
O Partido Comunista Português (PCP), em comunicado, já veio condenar o projecto reafirmando o seu empenho na busca por alternativas dizendo manter-se firme na defesa do direito das populações. “Numa fase em que se mantém a exigência do novo aeroporto de Lisboa no campo de tiro de Alcochete, em que continua a ser urgente a construção da terceira travessia do Tejo entre Barreiro e Lisboa, a decisão desarticulada destas decisões resultará sempre numa pobre opção para as localidades envolvidas e também para o desenvolvimento do país”, critica o PCP.