Sociedade | 08-12-2023 07:00

Projecto no Médio Tejo para dar mais qualidade de vida a quem sofre de diabetes

Projecto no Médio Tejo para dar mais qualidade de vida a quem sofre de diabetes

Método utilizado no Centro Hospitalar do Médio Tejo realiza ajustes automáticos com base na monitorização contínua de glicose, eliminando a necessidade de realizar testes de “picada no dedo” e prevenindo ataques de hipoglicemia e hiperglicemia.

O Serviço de Diabetes e Obesidade do Centro Hospitalar do Médio Tejo (CHMT) acaba de introduzir o Sistema de Perfusão Subcutânea Contínua de Insulina (PSCI) que é, actualmente, o tratamento mais eficaz e que permite uma vida com maior qualidade de vida e conforto para pessoas portadoras de Diabetes Mellitus tipo 1 (DM1). O projecto iniciou-se com quatro utentes, sendo que em Janeiro de 2024 estão previstos aderir oito novos utentes.

O tratamento é realizado através de uma "Bomba de Insulina Automática" que funciona como um “pâncreas artificial”, administrando insulina de forma contínua, por meio de uma cânula subcutânea. O método realiza ajustes automáticos com base na monitorização contínua de glicose, eliminando por completo a necessidade de serem realizados testes de “picada no dedo” e prevenindo ataques de hipoglicemia e hiperglicemia que são condições que podem levar a vida da pessoa a estar em risco. Mais qualidade de vida e menos necessidade de recurso aos serviços de saúde são as vantagens mais evidentes do PSCI.

A equipa da Consulta de PSCI, coordenada pela médica Ana Rita Cardoso, é composta por dois médicos, duas enfermeiras e uma nutricionista. Recebeu formação específica ao longo de dois anos. A formação é estendida aos utentes, com um programa de quatro dias que abrange sessões teóricas e práticas, gestão da perfusão de insulina, aplicação de cateteres e sensores, e gestão de intercorrências, ministrado pelos profissionais da equipa. O acompanhamento telefónico garantido 24 horas e o manual de utilizador personalizado reforçam o suporte.

Nas três unidades hospitalares do CHMT são acompanhados mais de 1800 utentes com diabetes. Portugal é, de entre os países europeus, aquele que regista uma das mais elevadas taxas de prevalência da diabetes. Calcula-se que serão cerca de 30 mil pessoas que vivem no nosso país com diabetes tipo 1, sendo que este número tem vindo a aumentar consideravelmente nos últimos anos.

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