Sociedade | 10-12-2023 18:00

Aprender como se produz azeite enquanto se caminha por Mação

Aprender como se produz azeite enquanto se caminha por Mação
Participantes visitaram lagares e observaram a produção de azeite. Joana Perdigão é responsável pelo Lagar da Aldeia D'Eiras

Associação Rotas de Mação e Lagar da Aldeia D’Eiras promoveram Oficina do Azeite que envolveu uma caminhada e visita a dois lagares. Participantes observaram processo de produção e provaram o azeite.

O associativismo juntou-se à produção local em Mação no sábado, 25 de Novembro, para uma tarde de convívio e muita aprendizagem. A associação Rotas de Mação promoveu, juntamente com o Lagar de Aldeia D’Eiras, a Oficina do Azeite, que envolveu uma caminhada e a visita a dois lagares onde os participantes observaram a produção e provaram o “ouro verde”.
Leonel Mourato, presidente das Rotas de Mação, explica a O MIRANTE que a associação tem como principal missão a promoção dos produtores locais. Através de actividades dinâmicas, como as caminhadas, pretendem promover os produtos regionais de excelência e que não podem nunca faltar em casa das pessoas, nomeadamente o pão, azeite, queijo, vinho, mel, entre outros. A associação, fundada em 2018, conta com cerca de 25 membros associados. Todos os projectos em que se envolvem têm tido bastante adesão por parte da população, sendo que este último contou com a participação de cerca de meia centena de pessoas.
O início e o final da iniciativa decorreram no mesmo sítio, no Lagar da Aldeia D’Eiras. No local, O MIRANTE falou com Joana Perdigão, que está à frente do Lagar desde 2020, após o seu pai o ter comprado e recuperado em 2014, num investimento que considera ter sido muito bem aplicado. O processo de produção, antes tradicional, à base de prensas e galgas, foi modernizado progressivamente, explica. Actualmente, continua, o processo de produção é de extracção a duas fases, sendo uma para o azeite e outra para o bagaço. Cada produtor entrega as azeitonas, que são recebidas, pesadas, moídas de forma eléctrica e deixadas a repousar durante uma hora nas batedeiras, para depois o azeite ser extraído por centrifugação. Joana Perdigão acredita que são dos poucos lagares existentes na região que fazem a produção separadamente, ou seja, as azeitonas não são misturadas e cada produtor recebe o azeite da sua azeitona. Em média, por dia, conseguem produzir 1.500 litros de azeite.
Além de Joana Perdigão, o lagar conta a tempo inteiro com um lagareiro e um responsável pela recepção e descarga da azeitona. A actividade é mais exigente nesta altura do ano, sendo dois meses em que o trabalho começa pelas sete da manhã e pode arrastar-se até às onze da noite. Quando não é época de campanhas, o lagar serve como ponto de venda de aguardente e de uma produção própria de azeite. A proprietária do lagar admite que a regulamentação da actividade é apertada, mas reconhece que quase todas são actualmente e que, sendo uma actividade alimentar, faz sentido que assim seja. Aponta como maiores dificuldades a sazonalidade da actividade e o grande investimento que é necessário.

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