Sociedade | 13-12-2023 18:00

Três alunos do secundário de Tomar falam sobre o futuro

Três alunos do secundário de Tomar falam sobre o futuro
Érica Carreira, Tiago Correia, Francisca Brito e Laura Pereira durante a inauguração do mural artístico que assinalou o Dia Internacional da Cidade Educadora

Tiago, Érica e Francisca são três alunos da Escola Santa Maria dos Olivais que, à margem do Dia da Cidade Educadora, revelaram a O MIRANTE as suas expectativas e preocupações em relação ao futuro.

A entrada no mercado de trabalho é a principal preocupação dos estudantes que, consideram, é demasiado precoce tomar decisões sobre o futuro no final do nono ano de escolaridade.

No dia da inauguração do mural artístico que assinalou o Dia Internacional da Cidade Educadora, que decorreu a 30 de Novembro na Biblioteca Municipal de Tomar, O MIRANTE conversou com três estudantes da Escola Santa Maria dos Olivais (ESMO) sobre as perspectivas, sonhos e receios do futuro. Tiago Correia, Érica Carreira e Francisca Brito, de 16 anos, estão no 11º ano e, embora sejam alunos acima da média, não escondem algumas dúvidas sobre o que o futuro lhes reserva, nomeadamente em relação à entrada para o mercado de trabalho.
Tiago Correia frequenta o curso de Ciências e Tecnologias e quer ser professor de línguas, embora tenha começado por sonhar ser músico profissional. Diz que sempre pautou por uma postura de empenho na escola, uma vez que um dos seus principais receios é não conseguir estabilidade financeira e laboral no futuro. A falta de oportunidades de trabalho na área da música fizeram com que optasse por um curso mais abrangente para ganhar outra “bagagem”. No início do secundário queria ser biólogo ou professor de Biologia e Geologia, mas o gosto e o bom desempenho na disciplina de Inglês fizeram com que mudasse os planos. A participação oral nas aulas e os hábitos de estudo são o que considera serem os factores diferenciadores entre um bom aluno e um menos bom. Exercer cidadania também é importante, afirma, e por isso apresenta-se como um dos representantes do projecto Eco-Escolas em Tomar. No futuro pretende seguir o curso de Línguas Modernas na Universidade de Coimbra e tem a expectativa de que o aumento de professores a entrar para a reforma lhe assegurem um lugar num mercado que está sempre envolto em polémica.
Érica Carreira e Francisca Brito são alunas do Ensino Articulado de Dança na Gualdim Pais, onde têm a maioria das disciplinas, como ballet, formação musical, história e cultura das artes, entre outras. Ao mesmo tempo estão inseridas numa turma de Artes Visuais na ESMO para frequentarem as disciplinas obrigatórias, nomeadamente Português, Filosofia e uma língua estrangeira. Apesar da paixão pela dança, as alunas confessam ter algumas incertezas quanto ao futuro. “A dança sempre fez parte de mim e acabei por seguir o meu coração”, conta Érica Carreira, lembrando que passava os intervalos a cantar e dançar no primeiro ciclo. A complexidade e exigência da dança geram a necessidade de rotinas de trabalho autónomo para conciliar os estudos com a actividade física. Érica Carreira não coloca de parte a hipótese de viver uma experiência no estrangeiro. “Gostava muito de ter a experiência de sair porque acho que novos conhecimentos e experiências melhoram o artista”, explica, lamentando que não haja perspectiva de evolução em Portugal, considerando a área artística “instável”.

Tomar decisões cedo demais
Francisca Brito, que sempre sonhou ser bailarina, destaca que os alunos não deveriam ser obrigados a tomar decisões tão cedo sobre o seu percurso académico e profissional. Indecisa, revela que o mais provável é seguir a área da Psicologia, Jornalismo ou Criminologia. A aluna, que pretende terminar o secundário no articulado de dança e candidatar-se à universidade com o exame de Português ou Filosofia, afirma que luta todos os dias contra os seus medos e que vai continuar a trabalhar e estudar para alcançar os seus objectivos.
Recorde-se que Tomar é um município membro da Associação Internacional das Cidades Educadoras, uma rede empenhada em promover a educação como veículo de transformação social, cujo tema deste ano é “Cultura, fonte de criação e aprendizagem na Cidade Educadora”.

Mais Notícias

    A carregar...
    Logo: Mirante TV
    mais vídeos
    mais fotogalerias

    Edição Semanal

    Edição nº 1694
    11-12-2024
    Capa Vale Tejo
    Edição nº 1694
    11-12-2024
    Capa Lezíria/Médio Tejo