União de Freguesias de Alvega e Concavada vai novamente ter eleições intercalares
Pela segunda vez neste mandato, os eleitores de Alvega e Concavada, em Abrantes, vão ser chamados a eleger os órgãos autárquicos da união de freguesias. Um desfecho mais uma vez ditado pela renúncia da maioria dos autarcas.
A Assembleia de Freguesia de Alvega e Concavada, no concelho de Abrantes, vai ter eleições intercalares em Fevereiro de 2024, depois da renúncia de mandato da maioria dos elementos daquele órgão. Segundo indicou o Ministério da Coesão Territorial, o “despacho que procede à marcação da data de 18 de Fevereiro de 2024 para a realização de eleições intercalares para a Assembleia de Freguesia da União das Freguesias de Alvega e Concavada”, foi assinado na quinta-feira, 7 de Dezembro, pelo secretário de Estado da Administração Local e Ordenamento do Território (SEALOT) e enviado para publicação em Diário da República.
Os problemas de gestão começaram logo após as eleições autárquicas de Setembro de 2021, que o PS venceu por 23 votos de diferença, elegendo três elementos, tantos quantos o PSD, a segunda força política mais votada, e tantos quantos o BE. As três propostas apresentadas então pelo PS para formação de executivo foram sempre chumbadas por BE e PSD, que acabaram por pedir renúncia de mandato e antecipar o cenário de novas eleições, o que se viria a confirmar em Janeiro de 2022, num despacho assinado pelo secretário de Estado da Descentralização e Administração Local, Jorge Botelho.
Para essas eleições foi criado o Movimento Independente da União de Freguesias de Alvega e Concavada (MIUFAC), encabeçado por António Moutinho, que tinha concorrido pelo PSD nas eleições autárquicas de Setembro de 2021, apresentando-se a votos nas intercalares com elementos das listas do PSD e do BE, cujos partidos abdicaram de apresentar candidaturas próprias. O MIUFAC venceu em 27 de Março de 2022 as eleições intercalares, ‘destronando’ o PS, ao obter uma maioria com 51,2% dos votos, (481 votos do total dos 1.678 eleitores inscritos), contra 369 votos do PS (39,3%) e 79 votos da CDU (8,4%).
Os problemas, no entanto, não pararam, com vários membros do movimento a renunciarem aos cargos para que tinham sido eleitos. Em Agosto de 2022, os eleitos pelo Partido Socialista (PS) à Assembleia de Freguesia de Alvega e Concavada apresentaram uma carta de renúncia aos mandatos em protesto pela "instabilidade política", reclamando novas eleições intercalares.
Contactado na ocasião pela Lusa, o actual presidente da União de Freguesias de Alvega e Concavada, assegurou que não iria renunciar ao mandato. “Não me vou demitir das minhas responsabilidades e das funções para as quais fui eleito e, apesar da renúncia dos eleitos do PS, continuará a haver quórum para a assembleia de freguesia funcionar”, afirmou António Moutinho.