Aeroporto: Ricardo Gonçalves critica macrocefalia de Lisboa
Presidente da Câmara de Santarém discorda das conclusões da Comissão Técnica Independente que apontou Benavente e Vendas Novas como as duas opções viáveis para localizar o novo aeroporto internacional. Ricardo Gonçalves afirma que, em Portugal, tudo gira à volta de Lisboa e o resto não interessa.
O presidente da Câmara de Santarém, Ricardo Gonçalves (PSD), manifestou de forma veemente a sua discordância com as conclusões do relatório preliminar da Comissão Técnica Independente (CTI) que avaliou as possíveis localizações do novo aeroporto e mostrou-se surpreendido por o campo de tiro da Força Aérea - em grande parte situado no concelho de Benavente e também conhecido como opção Alcochete - ter sido considerado a solução mais vantajosa. Para o autarca, Santarém foi negligenciada como uma opção viável.
Santarém “é a melhor opção para a coesão territorial do país mas, pelos vistos, não é a melhor para a coesão de Lisboa. Em Portugal tudo gira à volta de Lisboa, o resto não interessa”, afirmou o autarca. “Recordo que Leiria, Castelo Branco, Guarda, Viseu, entre outros, achavam que Santarém era a solução que trazia uma maior coesão territorial”, acrescentou.
Para Ricardo Gonçalves, embora o campo de tiro da Força Aérea seja visto em vários critérios como a melhor solução, ainda há uma série de investimentos a serem feitos como a construção de uma terceira travessia sobre o Tejo e as ligações ao futuro aeroporto, que ainda não foram realizadas. Levantou ainda várias questões e dúvidas relacionadas com a promoção e o financiamento do aeroporto em Benavente que ainda não foram explicadas. “Havia pessoas interessadas em fazer o aeroporto em Santarém e pessoas interessadas em fazer o do Montijo. Então quem é que vai fazer o aeroporto de Alcochete?”, questionou.