Obras em atraso na Chamusca avançam sem garantia de financiamento
No conjunto das duas empreitadas o município da Chamusca vai gastar muitos milhões de euros e ainda não tem garantido financiamento. Obras têm tido constantes atrasos e estão a avançar com capitais próprios.
Duas das grandes empreitadas que estão em curso na vila da Chamusca estão a avançar com capitais do município e ainda não há certezas sobre se vão ter financiamento de fundos comunitários europeus. A requalificação do complexo municipal das piscinas e a construção do novo arquivo histórico e municipal vão envolver um investimento total de cerca de cinco milhões de euros. O município está à espera de conseguir financiamento para parte desse valor, mas nada está garantido. “Estamos à espera que sejam lançados Avisos para procedermos às respectivas candidaturas. Neste momento as obras estão a avançar com capitais próprios”, adiantou Paulo Queimado, presidente da autarquia, durante a última sessão camarária, realizada a 5 de Dezembro.
Paulo Queimado sublinhou ainda que, se “o financiamento se atrasar muito” e causar “constrangimentos na execução das obras”, está em cima da mesa recorrer a empréstimo bancário para que não existam percalços com as empreitadas. Os contratempos têm sido constantes nas obras das piscinas municipais, que estão encerradas desde 2019. Depois de vários meses paradas, as intervenções recomeçaram, mas o prazo de conclusão derrapou, estando agora prevista a conclusão dos trabalhos desta fase só em 2025. A confirmar-se o cumprimento dos prazos, o espaço vai estar encerrado ao público pelo menos durante seis anos.
Em relação à obra de construção do novo arquivo histórico e municipal, que foi entregue em Setembro deste ano, prevê um investimento de cerca de 1,5 milhões de euros. Esta é outra das empreitadas que tem feito correr muita tinta no concelho da Chamusca, uma vez que o seu processo terá levado a Polícia Judiciária ao edifício da câmara para recolher informações. A polémica principal deveu-se ao facto de um dos edifícios onde vai ficar o arquivo ter sido comprado por 80 mil euros ao ex-vereador socialista Manuel Romão e o anúncio da compra ter sido feito na reunião de câmara em que Manuel Romão participou pela primeira vez em regime de substituição. Recorde-se que o primeiro concurso público para a realização da empreitada, lançado em Abril de 2021, não teve empresas interessadas.