Acessibilidades na Chamusca: “vamos continuar parados à espera que façam alguma coisa?”
Na última reunião de câmara da Chamusca a oposição voltou a cair em cima da maioria socialista por nada fazer para resolver a falta de acessibilidades no concelho limitando-se a esperar pelas decisões do Governo que nunca mais chegam.
Um dos assuntos que gerou mais discussão na última reunião de câmara da Chamusca, que se realizou a 5 de Dezembro, foi a falta de acessibilidades e a consequência que o problema tem para o desenvolvimento do concelho, sobretudo a nível económico. O vereador Tiago Prestes (CDS/PSD) criticou o facto da maioria socialista não ter colocado no orçamento para 2024 a intenção de melhorar as acessibilidades no concelho, nomeadamente para quem circula no centro da vila, faz a travessia da Ponte da Chamusca ou realiza o trajecto em direcção ao Eco Parque do Relvão, localizado na freguesia da Carregueira.
Para o autarca, que não escondeu a indignação pela inoperância do executivo, não é admissível que os responsáveis pela gestão do município não façam mais para resolver um problema que dura há décadas. “Vamos continuar parados? Vamos continuar à espera que os outros se lembrem de nós ou vamos fuçar no assunto?”, questionou Tiago Prestes.
Paulo Queimado, presidente do município que cumpre o terceiro e último mandato à frente da autarquia, afirmou que “nunca [me] passou pela cabeça” colocar em orçamento resolver a questão das acessibilidades na Chamusca. “Isso não é um problema nosso. É do Estado”, sublinhou.
Tiago Prestes não gostou do que ouviu e insistiu que o papel das autarquias locais é defender os interesses da população e não ficar à espera que o Estado tome iniciativa para resolver os problemas. “Vamos continuar a deixar os camiões de lixo passar no centro da vila sem fazer nada?”, questionou, em jeito de lamento, acrescentando que os congestionamentos diários na Ponte da Chamusca são outros dos factores que condicionam o desenvolvimento do concelho. Recorde-se que, ao longo deste ano, os autarcas da oposição criticaram por várias vezes a passividade dos socialistas em relação aos problemas na Ponte da Chamusca. Tiago Prestes chegou a referir que é “uma novela que já dura há tantos anos que se torna ridícula”, vincando que “se o que se tem feito não resulta então tem de se mudar de estratégia”.
Solução para o Relvão
Os problemas de acessibilidades causados pelo Eco Parque do Relvão são há muito discutidos. Hugo Costa, deputado e presidente da distrital do Partido Socialista, tem defendido que o Governo, que foi agora exonerado, tem o dever moral de encontrar uma solução para os problemas causados pelo Eco Parque situado no concelho da Chamusca. “A nível de infraestruturas temos vários desafios pela frente, mas o mais relevante é do IC3, que entre outros pontos dá acesso ao Eco Parque do Relvão. Não podemos permitir que o maior parque ambiental do país, onde são tratados resíduos perigosos, continue sem acessos, colocando em causa a segurança e a qualidade de vida das populações”, disse durante as Jornadas Parlamentares do Partido Socialista que se realizaram em Tomar em Março deste ano.