Parque Biológico de Azambuja continua a ser promessa por concretizar
A gerir os antigos viveiros florestais há cinco anos a Câmara de Azambuja diz que o parque biológico é para avançar e que o projecto vai ser elaborado em 2024. Projecto para criar ali um pólo de formação foi descartado.
A Câmara de Azambuja gere, desde 2018, em parceria com o Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), os 24 hectares dos antigos viveiros florestais do Estado, localizados em Aveiras de Baixo, onde pretende, há mais de sete anos, construir um parque biológico ambiental para o qual continua a não existir projecto. Depois de questionado pelo munícipe António Pires em assembleia municipal sobre os dinheiros que já lá foram gastos, o presidente do município, Silvino Lúcio, assegurou que o projecto vai começar a ser desenvolvido em 2024.
“Vamos lançar o procedimento no ano que vem para se fazer o projecto. Já temos estudo prévio que nos foi apresentado por uma empresa e vamos concretizar em projecto para podermos vir a financiar-nos nos programas que existem”, disse o autarca socialista em declarações a O MIRANTE, acrescentando que o Parque Biológico e Ambiental de Azambuja é obra para custar entre dois a três milhões de euros.
Relativamente ao dinheiro que lá foi gasto, Silvino Lúcio fala em cerca de 180 mil euros. Foram investidos na reabilitação do ribeiro de Aveiras, concluída em 2021, recuperação e selagem dos furos de água que corriam a céu aberto e que eram “um atentado ambiental”, construção de tanques de apoio para abastecimento de carros de bombeiros e helicópteros de combate a incêndios e limpezas pontuais de vegetação naquele espaço onde o município tem vindo a realizar a actividade Um Dia no Campo.
No anterior mandato, recorde-se, o executivo - do qual Silvino Lúcio fazia parte na qualidade de vereador com o pelouro do Ambiente – chegou a deslocar-se a Vila Nova de Gaia, onde visitou o Parque Biológico de Gaia com o intuito de perceber o seu funcionamento. “A ideia foi perceber o enquadramento, o que fizeram em relação às linhas de água e como o espaço foi aproveitado para criar circuitos naturais de observação da flora e fauna”, explica o agora presidente do município. “O que se pretende é deixar ali uma memória daquilo que foram os viveiros do Estado que serviam para abastecer as florestas com espécies autóctones e deixar ali uma memória da estação piscícola que existiu”, assim como “fazer uma horta pedagógica”, acrescentou o autarca ao nosso jornal.
Descartado projecto para pólo de formação
Em 2019, o então presidente do município, Luís de Sousa, chegou a anunciar a construção de um núcleo de formação profissional nos terrenos dos antigos viveiros florestais em Aveiras de Baixo, investimento na ordem de um milhão de euros, que seria inteiramente suportado pela autarquia. Um anúncio que afinal não passou de uma intenção, já que o projecto foi abandonado pelo actual executivo por ser “muito dispendiosos” e por se localizar em “leito de cheia”, justifica Silvino Lúcio.
À época, a ideia parecia consistente e até resultava de um inquérito a 338 alunos do oitavo e nono anos de escolaridade, dos quais 43,3% encaravam a via profissionalizante do ensino como uma mais-valia e uma opção a seguir. Era nesse sentido que o Núcleo de Formação Profissional de Azambuja surgia numa óptica de aumentar as opções de ensino para os alunos do concelho em função dos ciclos económicos e em estreita colaboração com o tecido empresarial local e regional. As áreas que se pretendia privilegiar eram a agropecuária, agroindústria, logística e turismo rural.