Sociedade | 18-12-2023 10:00

Junta de freguesia em guerra com Câmara de Benavente

Junta de freguesia em guerra com Câmara de Benavente
Inês Correia, presidente da Junta de Benavente esperava que a autarquia pudesse ser ressarcida pela Câmara de Benavente

Presidente da Junta de Freguesia de Benavente diz que a verba que recebe da Câmara de Benavente não chega para fazer face aos custos com a varrição. Autarcas da freguesia aprovaram a entrega da competência ao município e criticam Carlos Coutinho.

A Junta de Freguesia de Benavente vai entregar à Câmara Municipal de Benavente a varrição da freguesia que está sob sua alçada há dois anos. A decisão foi tomada em assembleia de freguesia no dia 6 de Dezembro e foi aprovada por unanimidade.
De acordo com as explicações da presidente da junta, Inês Correia (CDU), o aumento da despesa com a empresa que faz este serviço levou a junta a pagar do seu orçamento mais 25 mil euros do que estava previsto. Segundo a autarca, o presidente da câmara, Carlos Coutinho (CDU), foi alertado desde Outubro para o problema. “Disse que não havia forma legal de pagar esse valor. Tínhamos expectativa que a junta pudesse ser ressarcida do que pagou a mais. Sendo assim, não temos condições de prestar um bom serviço à população”, lamentou Inês Correia.
O mau estar entre a Junta de Benavente e Carlos Coutinho começou um dia antes, a 5 de Dezembro, na Assembleia Municipal de Benavente. O assunto foi levantado pelo eleito do Chega, Paulo Cardoso, que também é eleito na Assembleia de Freguesia de Benavente. “A varrição mecânica é feita cinco vezes ao mês, contratou-se mais um cantoneiro, foi necessária mais uma roçadora e a área a cargo da junta aumentou. A câmara ficou em dívida com a junta e pergunto se a vai saldar”, questionou o eleito.
Nas explicações, Carlos Coutinho reiterou que os processos de descentralização de competências não podem ter acréscimo de custos. “Vem para aqui dizer que a câmara deve 25 mil euros mas isso é falso. No dia 20 vamos trazer uma proposta de actualização de 8,5% no contrato e no próximo ano, com a actualização dos salários, são mais cerca de 15%”, referiu Carlos Coutinho.
Ainda na assembleia municipal, Inês Correia refutou a percentagem nos acertos. O aumento não é suficiente para cobrir a despesa com a varrição, avisou, e a expectativa era renegociar os valores do acordo. No dia seguinte, na Assembleia de Freguesia de Benavente, a eleita do PSD, Ivete Mateus, criticou a postura de Carlos Coutinho na assembleia municipal e considerou que “há um trabalho muito grande para matar a freguesia de Benavente”.
Paulo Cardoso, do Chega, sublinhou na reunião que os valores pagos pela câmara não estão próximos dos que as empresas praticam e por isso votou contra o acordo de descentralização. Do executivo da junta, Pedro Lagareiro Santos lamentou o regresso da varrição à autarquia tendo em conta o trabalho que foi desenvolvido nos últimos dois anos. “Definimos uma estratégia em 2021. É um orgulho para nós ter dez reclamações anuais, o que não é nada. Quando recebemos esta competência as reclamações eram às dez por semana. Tenho pena de entregar a câmara mas só espero que façam melhor”, referiu.

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