Homem que vivia numa barraca sem condições em Castanheira do Ribatejo foi alojado num lar
Após ser notícia em O MIRANTE, Isidro Godinho conseguiu um final feliz para a sua história, as entidades locais actuaram e realojaram-no num lar em Alverca.
O homem da Castanheira do Ribatejo que foi notícia no último Verão por viver numa barraca imunda e inundada de esgotos domésticos junto à Estrada Nacional 1, em Castanheira do Ribatejo, foi realojado num lar em Alverca, onde vive desde Julho com todas as condições. Os serviços sociais também estão a tratar de lhe conseguir obter uma reforma condigna.
A informação é confirmada a O MIRANTE por António Gomes, vizinho que ajudou a expor o caso ao jornal na esperança que isso pudesse ajudar Isidro Godinho a sair da situação precária em que se encontrava. E ajudou mesmo, porque pouco depois da notícia ser publicada os serviços sociais da Câmara de Vila Franca de Xira, em conjunto com outros serviços da Segurança Social, começaram a preparar um plano de acção para poder dar melhores condições de vida a Isidro Godinho, que vivia numa barraca insalubre.
O caso, recorde-se, chocava a comunidade de Castanheira do Ribatejo, porque não havia quem quisesse valer ao morador sexagenário que não tem família nem recebia qualquer tipo de apoio. O cheiro pestilento a urina e fezes tornava quase irrespirável o ar dentro da barraca onde vivia. Uma das divisões da casa estava cheia de água imunda que saía de uma caixa de esgoto e para se circular entre a cozinha e o quarto de Isidro Godinho tinha de se mergulhar os pés nessa imundície. Um cenário desumano que na altura chocou António Gomes, vizinho, que alertou as autoridades para o problema e foi dos primeiros a tentar ajudar Isidro Godinho, que tem dificuldades na fala, a procurar uma solução e um tecto condigno.
Isidro Godinho viveu na barraca durante quase uma década e passou à margem das entidades que o poderiam ajudar. Foi novo para o Algarve, onde trabalhou com máquinas e foi servente de obras. Quando a firma faliu regressou a Castanheira do Ribatejo e à casa de familiares. Quando deu por si estava sem tecto e a ocupar um anexo abarracado a que chamava casa. Vivia da ajuda que recebia de um restaurante vizinho e do minimercado do bairro onde trabalha a mulher de António Gomes.
Isidro foi também enganado há três anos por um morador do concelho, que o levou para trabalhar no campo, não lhe pagava e ainda ficava com o dinheiro que este recebia de pensão, num caso de escravatura que os vizinhos dizem tratar-se de um caso de polícia.