Obras no Centro de Saúde de Alcoentre não atam nem desatam
Utentes estão descontentes com a demora pela prometida obra no Centro de Saúde de Alcoentre que está há um ano para sair do papel. Há quem ameace boicote às eleições se a empreitada não arrancar.
Encerrado no início deste ano devido a problemas de infiltrações de água o Centro de Saúde de Alcoentre continua de portas fechadas, sem obras à vista e naquela freguesia já há quem tenha deixado de acreditar que aquela unidade irá mesmo beneficiar de trabalhos de reabilitação. É o caso de um grupo de utentes que este mês de Dezembro se manifestou junto àquelas instalações e do antigo presidente da Câmara de Azambuja, Luís de Sousa, residente naquela freguesia. “O que é certo é que isto nunca mais abre e pessoalmente acho que não vai abrir. Há um ano já era para terem lançado concurso para que fosse reparado e nós, utentes, pudéssemos ir ao médico”, diz a O MIRANTE, Luís de Sousa, que também já foi presidente da Junta de Freguesia de Alcoentre.
As obras na unidade de saúde foram contempladas no programa de investimentos “Cuidados de Saúde Primários com mais Respostas” do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), surgindo em aviso publicado a 16 de Junho de 2023 no quadro da distribuição de financiamento pelos beneficiários finais com uma verba de 250 mil euros.
Questionado pelo nosso jornal o presidente da Câmara de Azambuja, Silvino Lúcio, garante que a vontade da Administração Regional de Saúde (ARS) de Lisboa e Vale do Tejo se mantém e que a informação de que dispõe é que “a partir de Janeiro será lançado o concurso para a recuperação do posto de Alcoentre”. Após tantos avanços e recuos os utentes já não acreditam, até ver, que a obra se vai realizar. “Toda a gente diz que isto nunca mais abre e que se antes das eleições as obras não estiverem iniciado vamos boicotar os votos porque não podemos ser tratados assim”, disse em jeito de aviso o ex-autarca, lamentando que a população de Alcoentre esteja “desprotegida”.
Por seu turno, Silvino Lúcio adiantou que aguarda um pedido de autorização da ARS para que os serviços municipais possam fazer uma vistoria ao centro de saúde e perceber se há possibilidade de, em segurança, ficar a funcionar um gabinete médico para que possam ser realizadas consultas através do projecto Bata Branca.