No mercado de Alhandra há uma biblioteca para matar a fome da leitura
Associação Gente em Alhandra concretizou o sonho de abrir uma biblioteca com livros doados para permitir a toda a gente descobrir novos autores e apaixonar-se pela leitura. Um protocolo firmado em Novembro com a biblioteca municipal de VFX veio confirmar o mérito da iniciativa.
Ir ao mercado municipal de Alhandra comprar fruta, legumes, peixe e trazer um livro emprestado para ler é algo que já é possível desde Novembro, na “Biblioteca do Mercado”, uma biblioteca dinamizada pela comunidade que quer estimular o gosto e a paixão pela leitura.
Por detrás da ideia está a associação Gente em Alhandra, que até Julho de 2019 era apenas um grupo de cidadãos da vila que se empenhava a deixar livros nos bancos de jardim na vila, o chamado projecto “Semear Livros”. Dos bancos de jardim passaram a um armário junto do Museu Sousa Martins e até abrir a biblioteca foi um ápice. “A iniciativa foi um sucesso e começámos a receber muitas doações de livros. Mas, com o tempo, percebemos que alguns livros eram demasiado bons e raros para estarem na rua daí termos pensado na ideia de concretizar uma biblioteca”, explica Manuela Peleteiro, presidente da associação a O MIRANTE. Um dos problemas era precisamente o roubo de vários livros das caixas que a associação deixava com livros pelas ruas. “De vez em quando havia uma razia e limpavam com os livros todos. Doía-nos ver alguns livros desaparecer e que estivessem a fazer negócio com eles. Chegámos a apanhar livros com o nosso carimbo à venda em feiras em Algés”, lamenta Maria Glória Câncio, vice-presidente da associação.
Com a ajuda do presidente da Junta de Alhandra, Mário Cantiga, foi arranjada a loja do mercado municipal para a associação transformar em biblioteca. Abriu portas em Novembro e em apenas dois meses já tem meia centena de leitores registados e a expectativa é que esses números venham a subir rapidamente.
“Queremos estimular o gosto da comunidade pela leitura e promover a literacia das nossas gentes. Isso é o que nos move. Queremos que as pessoas leiam os livros e os discutam. O gosto pela leitura está esquecido. Queremos promover a divulgação da língua e das ideias”, explica Maria Dulce Domingos. O grupo, que diz que hoje em dia “lê-se pouco e mal”, ambiciona tornar o livro tão pessoal como um familiar nas pessoas de Alhandra.
Notícia desenvolvida na edição semanal de O MIRANTE