Área Metropolitana de Lisboa lidera risco de pobreza e privação social
Município de Vila Franca de Xira integra esta área onde vivem 2 milhões e 800 mil habitantes.
A Área Metropolitana de Lisboa (AML), que agrega 18 municípios incluindo Vila Franca de Xira, é a zona do País onde os números da pobreza, privação e desigualdade são mais elevados e onde os indicadores de pobreza mais têm aumentado nos últimos anos.
Os dados constam de um estudo de Inês Tavares e Renato Carmo do Centro de Investigação e Estudos de Sociologia (CIES-ISCTE) para o Observatório das Desigualdades que analisou a pobreza em Portugal e onde a AML se destacou pela negativa. Nesta zona residem 2 milhões e 800 mil pessoas e os mais ricos recebem 6,5 vezes mais na AML do que os mais pobres. Também foi na AML que os níveis de pobreza mais subiram - 3,8% face ao ano anterior - e que com base nos rendimentos é na AML que as desigualdades mais estão a subir.
São dados de um estudo que revela também que 42% dos portugueses correm o risco de pobreza. São os desempregados e os menores de 18 anos os mais afectados, sendo que o estudo revelou também que a taxa de risco de pobreza em Portugal (antes de qualquer transferência social) é de 41,8%, números que mostram que basta ganhar 590 euros mensais para ser considerado como estando em risco de pobreza. As mulheres continuam a liderar no grupo mais afectado pela pobreza (17,7%) enquanto os homens têm uma taxa a rondar os 16%. Quem estiver desempregado corre 46,4% mais riscos de enfrentar uma situação de pobreza, sendo que a nível nacional o estudo identifica Portugal como sendo um país em que 2 milhões de pessoas enfrentam o risco de pobreza e exclusão social.
Na última Assembleia Municipal de Vila Franca de Xira Nelson Baptista, eleito do partido Pessoas, Animais e Natureza, reagiu ao estudo dizendo tratar-se de números preocupantes. “Hoje a população do nosso concelho é mais pobre do que quando tomou posse. Seria demagógico dizer que a culpa é sua mas não podemos ignorar as suas falhas”, criticou, pedindo ao presidente do município que tenha maior visão para ajudar as associações do sector social e menos para apoiar a tauromaquia. “Vê-lo a gastar milhões de euros com brincadeiras bárbaras e ignorar outras responsabilidades é vergonhoso”, criticou.