Sociedade | 26-12-2023 12:00

Dois anos à espera de uma prótese para substituir a que se está a desfazer

Dois anos à espera de uma prótese para substituir a que se está a desfazer
Luís Carvalho está há dois anos à espera de uma prótese para substituir a que tem e se está a desfazer

Antigo empregado de mesa de Almeirim, que vive com uma reforma por invalidez, usa uma prótese em más condições que tem de ser fixada com ligaduras e fita-cola para não cair. Há dois anos disseram-lhe que o hospital tinha autorizado a colocação de uma nova prótese para substituir a perna direita, mas nunca mais foi chamado.

Luís Miguel Carvalho está há dois anos a sofrer com uma prótese que lhe foi colocada há oito anos e que se está a despedaçar aos poucos. O antigo empregado de mesa de um restaurante de Almeirim, que vive com uma reforma por invalidez, tinha sido amputado à perna direita na sequência de um acidente de moto e depois de 21 operações e de uma infecção que demorou anos a resolver. Devido à degradação da prótese tem de andar de canadianas porque já caiu umas cinco vezes desamparado na rua e uma vez em casa por causa de a prótese não estar em condições. Depois de uma consulta de fisiatria no Hospital de Santarém foi encaminhado para o Curry Cabral, em Lisboa, onde o médico solicitou à administração hospitalar uma nova prótese, mas nunca mais foi chamado.
Para conseguir andar com a prótese Luís Carvalho, 57 anos, tem de colocar meias elásticas e ligaduras para fazer o enchimento na zona onde entra no coto e atá-la com fica cola para não sair do sítio. Quando dá uns passos sem muletas em casa o equipamento range e por vezes faz estalidos. Depois da consulta no Curry Cabral o antigo empregado de mesa foi informado em 2021 pelos serviços de acção social da Câmara de Almeirim que a administração do hospital tinha autorizado a aquisição da prótese, mas desde então não sabe mais nada e diz que cada dia que passa se sente mais desesperado. “Ando muito nervoso com a minha situação, tem dias que não consigo evitar chorar”, desabafa Luís Carvalho que não pode contar com o apoio da esposa que queimou as pernas num acidente de trabalho e já fez duas cirurgias e tem de andar em cadeira de rodas.
Luís Carvalho trabalhou vários anos no restaurante “O Pinheiro” onde também trabalha a esposa que agora está de baixa médica devido ao acidente. Os problemas de Luís começaram quando chocou em Coruche com um carro que estava parado numa curva, há três décadas. Ficou com a perna esmagada e foi enviado para o Hospital de Santarém, onde, diz, não lhe retiraram alguns pedaços de osso que lhe provocaram a infecção. Passou depois a ser acompanhado em Coimbra e foi conseguindo trabalhar com bastantes dificuldades e dores, até lhe amputaram a perna em 2015. Antes da amputação até se levantava sem dores apesar de coxear, depois de um dia de trabalho até chorava com tanta dor. “Sempre foi muito difícil trabalhar, mas nunca desisti”, desabafa.

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