Moradores de Azervadinha fartos do barulho dos camiões
A Infraestruturas de Portugal considera prioritária a substituição do empedrado por alcatrão na Estrada Nacional 251, em Azervadinha, aldeia do concelho de Coruche. Moradores dizem-se cansados de promessas e pedem que o problema, que já tem quase duas décadas, seja resolvido de vez.
Os moradores que vivem junto à Estrada Nacional 251 em Azervadinha, concelho de Coruche, estão fartos de promessas e voltam a reclamar que o troço empedrado daquela via, com cerca de 800 metros, seja substituído por alcatrão. Os moradores queixam-se que já pedem a substituição do pavimento há cerca de 20 anos e apesar de a obra ser considerada prioritária até hoje nada foi feito. Quem reside ali não se consegue habituar ao ruído causado pela passagem de camiões que por ali circulam, de dia e de noite, em direcção ao Alentejo e Espanha.
O MIRANTE esteve no local e rapidamente percebeu que o ruído dos camiões e automóveis sente-se perfeitamente no interior da casa de Domingos Maia, que vive na Azervadinha desde que nasceu, há mais de 70 anos. “De noite é mais complicado porque estamos a dormir e não conseguimos descansar por causa do barulho, sobretudo quando os camiões têm que travar no semáforo vermelho”, confessa Joaquim Palminha.
Domingos Maia e os vizinhos Joaquim Palminha e Fernando Cordeiro já perderam a conta às vezes que escreveram à empresa pública Infraestruturas de Portugal (IP) a reclamar que o piso seja substituído. A última vez que obtiveram resposta por parte da IP foi a 4 de Janeiro deste ano, com a empresa a informar que já tinha reunido com a Câmara de Coruche para analisar a situação. “Será avaliado no local se ocorre cumprimento dos Valores Limite de Exposição estabelecidos no Regulamento Geral do Ruído, pelo que deverão ser realizadas medições acústicas, para avaliar este troço em termos de ruído”, pode ler-se no email da IP a que O MIRANTE teve acesso.
Segundo Joaquim Palminha, a Câmara de Coruche efectuou uma avaliação de ruído no local que demonstra que o barulho é muito acima dos valores normais. Os moradores já estiveram numa reunião de câmara onde expressaram ao executivo municipal o seu desagrado e pediram uma solução para breve. “Já se passaram muitos anos, muitas reuniões, muita troca de emails, muitas promessas e a verdade é que não conseguem substituir 800 metros de empedrado. É assim tão difícil. Sentimo-nos esquecidos”, desabafa Domingos Maia, acrescentando que a IP considera a obra prioritária mas “não faz nada”.
O presidente da Câmara de Coruche lamentou o arrastar da situação e disse que “estamos a ser enganados nos compromissos que assumem connosco”. Além do ruído também as casas vão-se degradando, resultado da vibração causada pela circulação de veículos pesados. O MIRANTE contactou a IP através de email para obter mais esclarecimentos mas até ao final do fecho desta edição não tivemos resposta.