Sociedade | 26-12-2023 21:00

Poluição na ribeira do Valverde e maus cheiros são problema que se arrasta em Azambuja

Poluição na ribeira do Valverde e maus cheiros são problema que se arrasta em Azambuja
Ribeira do Valverde é um foco de poluição por resolver há vários anos que gera queixas na população

População tem de viver com os cheiros insuportáveis que têm como causa apontada a actividade das suiniculturas. Agastado com a passividade das entidades competentes, o presidente da Junta de Azambuja garante que vai levar o assunto à Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional.

Os efluentes que mancham a ribeira do Valverde e os maus cheiros que se fazem sentir na vila de Azambuja, sobretudo em dias de vento e precipitação, continuam a gerar descontentamento entre moradores e comerciantes. Além das descargas directas de esgotos domésticos para as linhas de água, a actividade das suiniculturas é apontada como a causadora da poluição na ribeira e do cheiro nauseabundo que se faz sentir por toda a vila. Quem também está preocupado com a recorrência destes acontecimentos sem solução há vários anos é o presidente da Junta de Azambuja, André Salema, que avisou na última reunião do executivo que vai escrever sobre o assunto à presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) de Lisboa e Vale do Tejo, Teresa Almeida.
André Salema disse estar surpreendido por esta entidade alegar não ter conhecimento de uma problemática “que se passa aos anos”, o que “é grave”, e não deixa de estranhar esse suposto desconhecimento tendo em conta as “diversas reuniões” que o próprio já teve com o presidente da Câmara de Azambuja, Silvino Lúcio. “Creio que a câmara tenha feito o seu trabalho”, afirmou, depois de ter vincado que as entidades fiscalizadoras têm o dever de conhecer estes casos de poluição.
“Se existe aqui um vazio grande vai deixar de existir”, avisou André Salema, ao anunciar que juntamente com a missiva irá enviar à CCDR as “diversas notícias que têm saído na comunicação social ao longo dos anos” acerca das descargas poluentes na ribeira e, ainda, partilhar com esta entidade uma tese de mestrado sobre a poluição no concelho de Azambuja, na qual constam resultados de análises feitas em linhas de água. “Todos estes documentos e outros que iremos enviar à CCDR, tendo em conta o seu desconhecimento deste assunto, irá ser colocado de forma simples e objectiva para perceber se algum dia teremos resolução sobre este assunto”, concluiu o autarca.
Determinado em manter este assunto “na ordem do dia até ter solução”, André Salema fez ainda saber que a empresa Águas de Azambuja tem tentado acabar com os “desvios nas condutas ilegais ligadas às condutas pluviais”, como ainda recentemente aconteceu na zona da Areeira, onde várias habitações não se encontravam correctamente ligadas ao colector dos esgotos domésticos. “É menos uma situação que ocorre para a ribeira do Valverde”, disse.
Há cerca de meio ano, recorde-se, o presidente da Câmara de Azambuja, perante a reclamação de um munícipe em reunião do executivo municipal acerca dos maus cheiros, comprometeu-se a sensibilizar as suiniculturas a fim de “evitar situações de maus cheiros e outros inconvenientes”. No anterior mandato autárquico, no qual Silvino Lúcio era vereador com o pelouro do Ambiente, pelo menos uma exploração pecuária foi identificada e notificada pelas autoridades por causa de descargas ilegais para a ribeira.

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