Sociedade | 26-12-2023 07:00

Turismo no Ribatejo recomeça do zero estruturando oferta para ganhar notoriedade

Turismo no Ribatejo recomeça do zero estruturando oferta para ganhar notoriedade
Presidente do Turismo do Alentejo e Ribatejo, José Santos (centro), com o seu vice-presidente Pedro Beato e Teresa Ferreira do Turismo de Portugal

A nova direcção da Entidade de Turismo do Alentejo, onde se insere a Lezíria do Tejo, está a dar um novo fôlego ao turismo neste território de 11 municípios, com uma estratégia e uma aposta na estruturação de produtos turísticos diferenciados. O vinho e as adegas, a natureza, o Tejo e a literatura são atractivos com potencial para que a marca Ribatejo salte para além dos 7% do total do turismo em toda a área do Alentejo.

Há um plano para tornar os 11 municípios da Lezíria do Tejo num destino turístico com produtos atractivos sustentado na marca Ribatejo. O presidente da Entidade de Turismo do Alentejo e Ribatejo, José Santos, chama-lhe um recomeçar, o presidente da Comunidade Intermunicipal da Lezíria do Tejo e da Câmara de Almeirim, Pedro Ribeiro, chama-lhe começar do zero porque não tem havido estratégia. A ideia é estruturar a oferta com apostas diferenciadoras como o enoturismo, a natureza e o turismo literário. Mas há problemas: faltam camas, as condições salariais na hotelaria e turismo não são atractivas e o Ribatejo depende legal e administrativamente do Alentejo que turisticamente está muito mais avançado. Para os resolver a receita é a interacção e o envolvimento dos empresários e a aposta na abertura da delegação em Santarém com uma estrutura para trabalhar em exclusivo a marca.
José Santos garantiu no primeiro seminário para debater o turismo no Ribatejo, que juntou pessoas de todas as áreas, que a delegação de Santarém está a ser implementada e que vai ter um serviço técnico que pensará 100% o Ribatejo. O concurso para a contratação do técnico já avançou e este profissional vai estar a trabalhar em estratégias, no apoio a empresários para obtenção de fundos ou para desenvolvimento de projectos. A delegação vai ter o acompanhamento de perto do vice-presidente Pedro Beato.

Aposta na certificação avança com o torricado de Azambuja
No seminário, que decorreu em Santarém na segunda-feira, 18 de Dezembro, a percepção geral é de que o Ribatejo tem um grande potencial e várias condições para criar produtos turísticos diferenciadores. Para o presidente da entidade de turismo o território da Lezíria tem uma rota de vinhos em expansão e produtos certificados que são alguns dos atractivos. José Santos deu como exemplo a certificação europeia da Sopa da Pedra de Almeirim, município que aguarda pela certificação do melão e das caralhotas. Esta aposta constituiu um atractivo que tem potencial turístico se for conjugado com outras acções e locais de interesse, sem se olharem a fronteiras municipais porque os turistas querem experiências e não conhecer divisões administrativas. Nesta estratégia a entidade assinou um protocolo no dia do seminário para se iniciar o processo de certificação do torricado de Azambuja.

A diferenciação do turismo literário
José Santos, que em cinco meses de mandato já apostou na comunicação e promoção do Ribatejo, diz que é preciso ir praticamente porta-a-porta afirmar o Ribatejo, que é preciso ir às agências de viagens. O presidente da entidade de turismo sublinha que é necessário trabalhar na organização e para isso já está a ser elaborado um guia de viagens no Ribatejo porque não há nenhum guia da oferta nos 11 municípios da Lezíria, desde restaurantes a iniciativas. Considerando que o território precisa de notoriedade José Santos aposta na ideia do turismo literário, que pode captar turistas brasileiros, por exemplo, como a rota Bernardo Santareno, a rota Almeida Garrett ou a rota José Saramago, ou através das obras como “Viagens na minha terra” ou pelo percurso dos escritores abrangem várias localidades.

Não vale a pena fazer propaganda se não houver produto
O turismo no Ribatejo actualmente representa menos de 1% do território nacional e cerca de 7% do turismo do Alentejo, revelou o secretário de Estado do Turismo, Nuno Fazenda, que afirmou na abertura do seminário que o Ribatejo tem identidade, mas não é suficientemente conhecido. O governante considera que é preciso trabalhar em rede, uma ideia partilhada pelo presidente da comunidade intermunicipal dizendo que “tem de haver disponibilidade de todos para se fazerem as coisas em conjunto”. Pedro Ribeiro realça que “não vale a pena estar a fazer propaganda se não temos produto”, acrescentando que assim “estamos a fazer má figura”, lançando um desafio: “é bom que os empresários percebam que têm de se organizar e estarem do lado da solução”.

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