Em Vale do Paraíso a população junta-se para manter vivas as tradições
Do tradicional leilão das fogaças até ao desembrulhar das rifas na quermesse e à procissão de 13 andores levados em ombros, a Festa em Honra de Nossa Senhora do Paraíso é a prova da vontade da população em manter vivas as tradições seculares.
Ainda se prepara a mesa para o leilão quando chega ao largo da igreja o grupo do peditório que, ao som da banda, foi de porta em porta pedir um contributo para os sacos de pano que vêm pesados e a tilintar de tantas moedas. Uns aproveitam para meter a conversa em dia, outros esperam com entusiasmo pelo início do leilão das fogaças. Nascida em Vale do Paraíso há 68 anos, Amarílis Dimas apressa-se a beber o café para se juntar às primas próximas da mesa do leilão, que não perde por nada. “Estou de olho nas cebolas, mas só no fim se sabe o que vou levar. Isto é muito engraçado porque vamos discutindo os preços dos produtos e leva quem oferecer mais”, explica notando, porém, que nos seus tempos de meninice a oferta disponível para leiloar era muito superior. Havia de tudo: chouriços, batatas, muita abóbora, azeite e, nessa altura, aproveitava-se para comprar o que fazia falta em casa. Era uma espécie de feira em Dezembro.