Sociedade | 30-12-2023 10:00

Presidente da Filarmónica Carregueirense “Victória” partiu a loiça na Assembleia da Chamusca

Presidente da Filarmónica Carregueirense “Victória” partiu a loiça na Assembleia da Chamusca
Banda Filarmónica Carregueirense “Victória” tem cerca de 40 elementos e uma escola de música com várias dezenas de alunos. fotoDR

Hélder Silva foi à última Assembleia Municipal da Chamusca pedir satisfações para o facto do município continuar a ignorar os problemas da Banda Filarmónica Carregueirense “Victória”, que está a funcionar sem instalações próprias há vários meses. Dirigente refere que há 10 anos que autarquia sabe dos problemas estruturais da sede e pede ajuda para continuar a desenvolver trabalho em prol da comunidade.

Hélder Silva, presidente da Banda Filarmónica Carregueirense “Victória”, foi à última Assembleia Municipal da Chamusca pedir satisfações para o facto do município continuar a ignorar os problemas da associação, que neste momento não tem instalações próprias nem condições para continuar a desenvolver trabalho junto da comunidade. Acompanhado por elementos da banda e encarregados de educação, o dirigente falou em “desmotivação” pela realidade vivida na associação, que já levou à desistência de muitos alunos e professores devido à falta de condições para trabalhar. “Há 10 anos lançámos os primeiros alertas junto do município e da Junta da Carregueira para os problemas de infraestruturas (…) Há seis anos, depois de várias reuniões, houve indicação do município para elaborar um projecto, no qual investimos mais de 3.600 euros. Com o projecto concluído demos início ao pedido de licenciamento. No ano passado fomos obrigados a sair das instalações devido ao estado de degradação, que era tal que, para nossa protecção, senti-me na obrigação de pedir uma inspecção. Em Janeiro deste ano, sabendo que o relatório estava concluído, foi-nos dito que o mesmo teria que ser enviado pelo vereador Rui Ferreira. Depois de vários pedidos de envio, a resposta foi sempre a mesma, o silêncio. Em Fevereiro pedimos ajuda ao presidente da assembleia municipal que nos disse que “não tinha poder para decidir nem para resolver, mas irei dar seguimento (…)”, disse.
Hélder Silva continuou afirmando que “somos de uma freguesia que abriu portas para ser instalado um Eco Parque (…) Neste momento encontramo-nos a dar aulas de instrumentos na casa do Alfaiate, as aulas de formação musical e instrumento na casa de João António e as aulas de percussão nas antigas escolas do Arripiado. Este tipo de logística deixa-nos em crise. É de lamentar a situação que prejudica o desenvolvimento de uma associação com 93 anos. Gostaríamos de continuar a desenvolver trabalho com a comunidade. Deixo-vos uma questão: quanto mais tempo teremos de esperar para resolver o assunto?”.
Paulo Queimado, presidente da câmara, foi parco na resposta, depois de no início da sessão ter dito que é uma questão que preocupa muito o município. “Temos outras associações na mesma situação, temos intervenções de fundo que são necessárias fazer. Estamos a acompanhar o processo (…)”, disse. O vereador Rui Ferreira explicou que não tinha conhecimento do pedido de envio de relatório e garantiu que ia tratar que o mesmo fosse entregue à direcção da associação.

Problemas estruturais graves
Em Março de 2023, O MIRANTE conversou com Hélder Silva sobre as condições de trabalho da Filarmónica Carregueirense “Victória”. As instalações onde a Banda tem a sede desde a sua fundação, em 1930, estão degradadas e o espaço foi fechado uma vez que existiam fortes probabilidades do telhado abater. O maior problema prende-se com o telhado que está partido em várias zonas. “Temos feito o possível, mas não temos condições financeiras para uma obra desta dimensão”, explicou. Hélder Silva faz parte da Banda desde os 12 anos e confessa manter intacto o orgulho de pertencer a uma associação que é uma “verdadeira escola de vida”. Com um orçamento anual de 25 mil euros as despesas da colectividade incidem sobretudo no pessoal docente uma vez que têm uma escola de música. “Temos cinco professores e um maestro. Temos cerca de 40 elementos na banda e 30 na escola de música. Ainda temos uma banda juvenil e um grupo de animação de rua. Queremos continuar a fazer um trabalho em prol da comunidade, mas para isso precisamos de um espaço físico em condições” sublinhou na conversa com o nosso jornal.

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