Gestão do mercado municipal de Santarém sem interessados
Concurso para concessão da gestão e exploração do renovado mercado municipal de Santarém não teve concorrentes e o futuro do espaço é incerto. A câmara avalia agora várias opções, entre elas a de assumir a responsabilidade pela gestão do espaço.
O concurso para concessão da exploração e gestão do Mercado Municipal de Santarém não teve interessados, apesar da prorrogação do prazo concedido para entrega de propostas, e a Câmara de Santarém está agora numa encruzilhada em relação ao futuro daquele espaço, que foi alvo de atribuladas e morosas obras de reabilitação. Pelos vistos, a iniciativa privada não está interessada no negócio nos moldes propostos, já que, conforme revelou o vereador com o pelouro dos mercados na última assembleia municipal, não houve pedidos de esclarecimentos nem solicitações de visita ao renovado recinto. “Fizemos uma prorrogação do prazo dentro do tempo que era devido, para não ter que lançar novo procedimento, mas infelizmente não tivemos nenhum concorrente”, referiu Nuno Russo, em resposta a uma questão lançada pelo eleito do CDS Pedro Melo.
O vereador socialista disse que a autarquia está a tentar apurar as razões do desinteresse manifestado pelas empresas para decidir depois o que fazer. O futuro pode passar por uma reformulação do caderno de encargos, para o tornar mais atractivo a potenciais concorrentes; por uma parceria com privados para gestão do espaço; ou, “em última circunstância”, pela gestão pública do mercado municipal.
Com as obras praticamente concluídas, Nuno Russo diz ter consciência de que o tempo urge. Recorde-se que a intenção de concessionar a exploração e gestão do mercado municipal já tinha sido tentada no anterior mandato, tendo então sido chumbado pela assembleia municipal o lançamento do concurso público. Já neste mandato, PSD e PS chegaram a acordo nos termos para a concessão do espaço através de concurso público. Os antigos vendedores, que desde 2019 têm as bancas montadas junto à Casa do Campino, têm lugar garantido caso assim o queiram.
A concessão a concurso abrangia 27 lojas, 36 bancas e quatro praças e áreas técnicas e de serviço, sendo equacionada a instalação de esplanadas na área exterior do mercado. A adjudicação deveria ser feita segundo o critério da proposta economicamente mais vantajosa, tendo em avaliação os factores preço e proposta de modelo de exploração e gestão, sendo o valor base de 3.500 mensais mais IVA, por um prazo de vigência de 20 anos, com um ano de carência.
A autarquia afirma que o objectivo é que o Mercado Municipal de Santarém se torne num espaço moderno e funcional, com espaços diferenciados e oferta lúdico recreativa, destinado a ser vivido diariamente pela população e visitantes. Daí ter optado por “um modelo de gestão, em que a sua exploração seja objecto de concessão a uma entidade que desenvolva essa actividade de forma permanente, coerente e integrada, com vista ao sucesso do seu funcionamento”.