Enfermeiros do Hospital de Santarém denunciam falta de condições de trabalho nas urgências
Más condições de trabalho, falta de planeamento e falta de profissionais na unidade de saúde são algumas das queixas relatadas pelos enfermeiros à comunicação social.
Enfermeiros do Serviço de Urgência do Hospital Distrital de Santarém (HDS) realizaram um protesto contra as condições de trabalho, a falta de planeamento e a falta de profissionais na unidade de saúde. Para denunciarem a situação os enfermeiros convocaram também uma conferência de imprensa, à porta do hospital, no dia 9 de Janeiro. “A verdade é que a situação nunca esteve tão má como está agora em termos de afluência e existe falta de planeamento para dar resposta aos doentes”, disse Helena Jorge, do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP).
Segunda a sindicalista, o serviço de urgência do Hospital de Santarém estava “caótico” com uma “dispersão de doentes por todo lado” e com “falta de espaço para trabalhar”. Estas condições, segundo Helena Jorge, são um “abuso físico e psicológico em relação aos enfermeiros”. A sindicalista referiu ainda que os meses de Dezembro e Janeiro são pautados por uma enorme afluência de doentes aos serviços de urgência e que essa situação devia ter sido antecipada e planeada pelo HDS.
“Nós estamos a dar um grito de alerta. Grande parte dos enfermeiros estão em risco de ‘burnout’ e outros precisam de apoio psicológico. Nós nem sequer estamos em guerra para ter uma situação destas”, frisou Helena Jorge. Além da falta de condições de trabalho e da falta de planeamento, os enfermeiros reivindicam ainda a contratação de mais profissionais de saúde. Para o efeito, os enfermeiros de urgência vão enviar uma carta ao conselho de administração, à direcção executiva do SNS e à comissão de ética do hospital.
Joana Nunes, enfermeira do Hospital de Santarém, disse à Lusa que, além de mais recursos humanos, os enfermeiros pedem também a “aquisição de macas, camas, medicação e ares condicionados” para dar uma melhor resposta aos doentes e que haja” planos estratégicos, pensados com a cabeça”.
Perante a elevada afluência de doentes o HDS criou uma unidade provisória de internamento para aliviar a distribuição de doentes, suspendeu a actividade cirúrgica programada (à excepção da urgente e oncológica) e reforçou as equipas de enfermagem. Helena Jorge considerou, contudo, que estas medidas são insuficientes e que os enfermeiros “não vêem grande solução nesta administração”.