Passe vai deixar de ser mais caro para utilizadores das Virtudes
Câmara de Azambuja vai honrar o compromisso e já inscreveu verba em orçamento para suportar a diferença do passe Navegante. Chega exige efeitos retroactivos a contar desde o primeiro dia de 2024.
O pagamento da diferença do passe Navegante - que permite viajar por 40,50 euros entre a estação de Azambuja e a Área Metropolitana de Lisboa - para os utilizadores da estação ferroviária das Virtudes foi inscrito no orçamento municipal da Câmara de Azambuja para este ano. O presidente do município, Silvino Lúcio (PS), já tinha assumido o compromisso de suportar o montante que os utilizadores das Virtudes pagam a mais do que os de Azambuja, no mesmo concelho, caso as entidades estatais não assegurassem essa diferença. Em média, esse acréscimo situa-se nos 24 euros mensais.
De acordo com um levantamento feito à população pela Junta de Freguesia de Aveiras de Baixo, a pedido da Câmara de Azambuja, há entre 65 e 70 pessoas a utilizar o comboio como meio de transporte diário e que têm passe mensal. Destes, apenas uma minoria (entre três e cinco) é que apanha o comboio na estação de Azambuja sendo que os restantes o fazem no apeadeiro das Virtudes, situado na freguesia de Aveiras de Baixo, a cerca de dois quilómetros da primeira.
Apesar de inscrita no orçamento já aprovado, a medida ainda não entrou em vigor nem foi alvo de proposta para deliberação em reunião camarária. Um facto que levou a vereadora do Chega, Inês Louro, a propor na reunião do executivo de 3 de Janeiro que quando a medida entrar em vigor tenha efeitos retroactivos desde o primeiro dia do ano por uma questão de justiça. “Está na altura de repormos o que é justo para a população das Virtudes e Aveiras de Baixo que apanha ali o comboio”, afirmou, depois de recordar que o Chega levou, em 2023, a reunião de câmara uma proposta para compensar financeiramente os utilizadores da estação ferroviária das Virtudes, que acabou por ser chumbada com os votos contra do PS e CDU.
Durante meses, confrontado com queixas de munícipes, do presidente da Junta de Aveiras de Baixo e de outros autarcas locais, o presidente do município defendeu que deveria ser o Governo ou a Comunidade Intermunicipal da Lezíria do Tejo a resolver o imbróglio criado em 2019, ano em que Azambuja passou a ser abrangida pelo passe social Navegante nas estações da sede de concelho e de Vila Nova da Rainha, ficando excluída a estação das Virtudes. A defesa durou até ter assumido que pagaria a diferença caso outras entidades públicas não o fizessem até meados do ano passado.