IP promete obras na EN251 em Azervadinha após reportagem de O MIRANTE
Infraestruturas de Portugal considera prioritária a substituição dos cerca de 800 metros de empedrado por alcatrão na Estrada Nacional 251, em Azervadinha, aldeia do concelho de Coruche. Moradores dizem-se cansados de promessas e pedem que o problema, que já tem quase duas décadas, seja resolvido de vez. Presidente da Câmara de Coruche está satisfeito com a decisão.
A Infraestruturas de Portugal (IP) vai substituir os cerca de 800 metros de piso empedrado por alcatrão na Estrada Nacional (EN) 251 em Azervadinha, Coruche, uma intervenção reclamada pela população há cerca de 20 anos. A informação foi dada pelo presidente da Câmara de Coruche à margem da última reunião camarária. Francisco Oliveira explicou a O MIRANTE ter sido contactado pelo responsável da IP após a publicação da reportagem do nosso jornal com os moradores de Azervadinha, que há 20 anos reclamam pela obra. “São óptimas notícias, porque a reivindicação dos moradores é antiga e é de toda a justiça que a obra seja feita”, afirmou o autarca acrescentando que foi garantido que a substituição do empedrado por alcatrão será feita durante o mês de Janeiro.
Esta é uma obra reivindicada há muito pelos moradores e que tem sido considerada prioritária pela IP, mas nunca avançou. A O MIRANTE, os habitantes dizem-se cansados de promessas e pedem que o problema seja resolvido de vez. Quem ali reside não consegue habituar-se ao ruído causado pela passagem de camiões que circulam, de dia e de noite, em direcção ao Alentejo e Espanha.
O MIRANTE esteve no local e rapidamente percebeu que o ruído dos camiões e automóveis sente-se perfeitamente no interior da casa de Domingos Maia, que vive na Azervadinha desde que nasceu, há mais de 70 anos. “De noite é mais complicado porque estamos a dormir e não conseguimos descansar por causa do barulho, sobretudo quando os camiões têm que travar no semáforo vermelho”, confessa Joaquim Palminha.
Domingos Maia e os vizinhos Joaquim Palminha e Fernando Cordeiro já perderam a conta às vezes que escreveram à empresa pública Infraestruturas de Portugal (IP) a reclamar que o piso seja substituído. A última vez que obtiveram resposta por parte da IP foi a 4 de Janeiro deste ano, com a empresa a informar que já tinha reunido com a Câmara de Coruche para analisar a situação. “Será avaliado no local se ocorre cumprimento dos Valores Limite de Exposição estabelecidos no Regulamento Geral do Ruído, pelo que deverão ser realizadas medições acústicas, para avaliar este troço em termos de ruído”, pode ler-se no email da IP a que O MIRANTE teve acesso.
Segundo Joaquim Palminha, a Câmara de Coruche efectuou uma avaliação de ruído no local que demonstra que o barulho é muito acima dos valores normais. Os moradores já estiveram numa reunião de câmara onde expressaram ao executivo o seu desagrado e pediram uma solução para breve. “Já se passaram muitos anos, muitas reuniões, muita troca de emails, muitas promessas e a verdade é que não conseguem substituir 800 metros de empedrado. É assim tão difícil. Sentimo-nos esquecidos”, desabafa Domingos Maia, acrescentando que a IP considera a obra prioritária mas “não faz nada”.
Em Dezembro do ano passado, o presidente da Câmara de Coruche lamentou o arrastar da situação e disse que “estamos a ser enganados nos compromissos que assumem connosco”. Além do ruído também as casas vão-se degradando, resultado da vibração causada pela circulação de veículos pesados.