ULS de Vila Franca de Xira culpa greve por ter deixado utente sem resposta
Nova Unidade Local de saúde do Estuário do Tejo lamenta o que aconteceu dias antes do Natal a uma utente que precisava de remover agrafos de uma operação e foi deixada à porta do Centro de Saúde de Vila Franca de Xira, sem solução para o seu problema.
A Unidade Local de Saúde (ULS) do Estuário do Tejo, a nova entidade que gere os centros de saúde no concelho de Vila Franca de Xira desde Janeiro, lamenta o que aconteceu com uma utente da cidade que foi deixada à porta sem alternativas e culpa a greve pela situação.
A utente de Vila Franca de Xira foi operada de urgência no Hospital de Vila Franca de Xira poucos dias antes do Natal e quando agendou atendimento no centro de saúde da cidade para remover os agrafos, parte importante do processo de recuperação, foi deixada à porta sem solução para o seu problema. O caso aconteceu a Maria Beatriz Guerra, de 75 anos, mulher de João Guerra, de 73 anos, ex-piloto da Força Aérea Portuguesa que escolheu mudar-se de Benavente para Vila Franca de Xira há ano e meio e que está incrédulo com a situação. Foi notícia na última edição de O MIRANTE.
Em resposta ao nosso jornal, a ULS explica que a situação que afectou Maria Guerra não sendo uma situação emergente ou urgente, não tinha motivo para ser encaminhada para outro serviço, “o que naturalmente aconteceria se se tratasse de uma situação urgente ou emergente”. A ULS lamenta os constrangimentos que as greves dos profissionais de saúde causam à população e diz respeitá-las no âmbito previsto na lei, “nomeadamente com o objectivo de minimizar os eventuais constrangimentos, apesar de alguns serem inultrapassáveis”, admite. As situações não urgentes, acrescenta a ULS, são reprogramadas para novas datas.
João Guerra ficou incrédulo com a falta de respostas e alternativas. “Agendámos o atendimento no centro de saúde e quando chegámos a recepcionista disse-nos que não havia enfermeiros por causa da greve. A minha mulher tinha de tirar os agrafos, perguntei qual era a solução e encolheram-me os ombros, disseram-me para voltar noutra altura. Ficámos à nossa sorte”, lamentou na última edição João Guerra a O MIRANTE.
A utente não foi encaminhada para outro centro de saúde da região, ficando sem qualquer resposta para o problema. “Fiquei incrédulo e escrevi uma queixa no livro de reclamações. Não é admissível”, criticou o marido. João Guerra acabou por ir com a esposa duas vezes a uma clínica vizinha para ali tentar ser atendido, ainda que pagando do seu bolso a intervenção. João Guerra quis contar o seu caso a O MIRANTE para tentar sensibilizar os responsáveis pela gestão do centro de saúde para tomar medidas que minimizem ou evitem estas situações. “Não deixem as pessoas abandonadas que foi o que fizeram à minha esposa”, lamenta João Guerra, que diz compreender, com situações destas, por que motivo as urgências dos hospitais estão sempre entupidas.