Politécnico de Tomar e Câmara de Abrantes querem requalificar ESTA
Projecto de 8 milhões de euros para reabilitar antigas instalações da Escola Superior de Tecnologia de Abrantes e concentrar no Parque de Ciência e Tecnologia todas as valências que actualmente se encontram dispersas em vários edifícios no centro da cidade. Financiamento pode vir do Fundo de Transição Justa.
O Instituto Politécnico de Tomar (IPT) e a Câmara de Abrantes querem apresentar uma candidatura conjunta ao Fundo de Transição Justa para a requalificação da Escola Superior de Tecnologia de Abrantes (ESTA), num investimento de 8 milhões de euros. O anúncio foi feito pelo IPT e pelo município. A proposta, a ser submetida ao Fundo de Transição Justa através da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Centro, pretende reabilitar a ESTA e agregar todas as valências da escola que actualmente se encontram dispersas em vários edifícios no centro da cidade.
Segundo o projecto, os edifícios afectos à nova Escola Superior de Tecnologia de Abrantes ficarão concentrados no espaço do Parque de Ciência e Tecnologia, em Alferrarede, agregando todas as valências que se encontram dispersas em vários edifícios no centro da cidade. “Não é uma nova escola, porque nós efectivamente já temos parte da ESTA, a parte laboratorial e de investigação científica, integrada no TagusValley – Parque de Ciência e Tecnologia de Abrantes. O que queremos é agora, adicionalmente, reabilitar e juntar espaços que estão disponíveis para formação profissional”, indicou o presidente do Politécnico de Tomar, João Coroado.
O objectivo deste investimento é “mitigar os efeitos sociais e económicos decorrentes do fecho da produção de energia a carvão” na Central do Pego, em Abrantes. O IPT e a autarquia visam assim dotar “a sub-região do Médio Tejo de instalações adequadas e cursos superiores que possibilitem formação especializada através de capacitação destes ex-activos [da Central do Pego] para novas actividades e ajudem a captar, fixar pessoas e a criar emprego”, indicou à agência Lusa o presidente do IPT.
Questionado sobre o montante de investimento necessário, o presidente do IPT disse que os cerca de 8 milhões de euros (ME) previstos “não servem só para a reabilitação da infraestrutura (edifício), como também para a necessidade de equipar espaços para a formação”, lembrando que o IPT e a Câmara de Abrantes já tinham um projecto em mãos para concentrar no Parque de Ciência e Tecnologia todas as valências da ESTA.
João Coroado disse ainda à Lusa ver “com muito bons olhos” a candidatura ao Fundo de Transição Justa para esta pretensão de financiamento, afirmando que tal “permite, a curto médio prazo, ter o projecto desenvolvido” e poder avançar. “Porque o que está preparado, está licenciado, e já temos autorização por parte da Direcção-Geral do Ensino Superior, da DGES (…) Efectivamente falta-nos o financiamento que as duas instituições por si não têm disponível”, indicou.
O presidente da Câmara de Abrantes, por sua vez, disse à Lusa que “o encerramento da central termoeléctrica a carvão deixou um rasto de perda significativa na economia” local e regional, que estimou em “muitos milhões de euros”, tendo defendido que “uma das formas de mitigar os prejuízos para toda a região será, seguramente, através do ensino superior, da capacitação de pessoas, do conhecimento, da ciência e da tecnologia”.
Nesse sentido, Manuel Jorge Valamatos, que também preside à Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo, disse que é “uma excelente oportunidade aproveitar o Fundo de Transição Justa, um fundo europeu que pretende mitigar o impacto do encerramento da central”, para submeter a candidatura ao projecto.