Póvoa de Santa Iria pode ganhar novo centro de saúde
Vila Franca de Xira é um dos 34 municípios a nível nacional em posição de poder aproveitar candidatura ao Plano de Recuperação e Resiliência para construir um novo centro de saúde, neste caso na Póvoa de Santa Iria onde o actual edifício já não chega para as encomendas. A obra não avança antes de 2025.
A Póvoa de Santa Iria, no concelho de Vila Franca de Xira, vai ter um novo centro de saúde para servir a comunidade que custará 5 milhões e 338 mil euros mesmo não tendo sequer médicos suficientes para assegurar o serviço no actual edifício, que já não aguenta com a sobrecarga de utentes.
A proposta de se avançar com a assinatura do protocolo com a Administração Regional de Saúde (ARS) de Lisboa e Vale do Tejo e a submissão da candidatura da obra ao Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) foi aprovada por unanimidade em reunião de câmara. O executivo socialista justifica a apresentação da candidatura com as insuficiências crescentes na infraestrutura existente na Póvoa de Santa Iria. O concelho é um dos 34 a nível nacional em posição de se poder candidatar à construção de um novo centro de saúde que, já se sabe, nunca entrará em obra antes de 2025. Dos cinco milhões e 338 mil euros estimados que a obra custará o PRR financiará até um montante máximo de três milhões e 48 mil euros. Os restantes dois milhões e 290 mil euros cabem ao município.
O vereador David Pato Ferreira, da coligação Nova Geração (PSD/PPM/MPT), não achou “irónico” a câmara avançar com a construção de um centro de saúde sem ter médicos para lá colocar. “Vai ser um espaço de convívio dos munícipes da Póvoa? Um espaço de co-working para jovens? O centro de saúde precisa de médicos e isso é o que não temos. Espero que não lancem a obra em 2025, será uma grande coincidência”, afirmou, aludindo às eleições autárquicas que se realizarão nesse ano.
Já Nuno Libório, da CDU, salientou a importância de ter um novo centro de saúde que valorize o Serviço Nacional de Saúde mas avisou que é urgente resolver o problema de quem não tem médico de família. “O atendimento complementar da Póvoa não dá resposta, não tem médicos e recusa a admissão de necessidades de tratamento de doença aguda porque o SNS está numa situação de subfinanciamento. Esta é uma obra de extraordinária importância mas que peca por tardia”, criticou.
O presidente do executivo, Fernando Paulo Ferreira (PS), disse ter “toda a certeza” que em 2025 a obra não estará concluída. “Pode acontecer que o concurso fique deserto e o valor a que se consiga adjudicar seja tão alto que depois teremos de ver como fazer. As vossas preocupações são as nossas preocupações”, disse. O autarca reconheceu que um centro de saúde não funciona só porque está construído. “Terá de ter pessoal para funcionar e essa parte é responsabilidade das entidades competentes e não está nem será descentralizada para a câmara municipal”, concluiu, prometendo continuar a pressionar as entidades responsáveis para o problema da falta de médicos.